EUA apoiam atuação da Unasul na crise da Venezuela, diz Kerry
O secretário de Estado americano, John Kerry, disse na manhã desta quarta-feira que "os EUA apoiam o diálogo iniciado pela Unasul" para tentar resolver a tensão na Venezuela. "Nunca deixaremos de defender os direitos básicos para o funcionamento democrático", discursou, em evento no Departamento de Estado.
Ele disse que a violência na Venezuela preocupa o governo americano, mas que o impasse no país "só pode ser resolvido pelos venezuelanos".
Na 44ª edição da Conferência das Américas, organizada pelo Departamento com o Conselho das Américas, um centro de estudos, Kerry deixou o Brasil praticamente de fora de seu discurso. Fez uma rápida referência à Copa do Mundo, ao dizer que os países da região precisam fazer mais parcerias, "por isso humildemente requeremos parceria com o Lionel Messi no mês que vem, em junho", e lembrou que o vice-presidente americano, Joe Biden, irá à Copa no Brasil. "Não veremos essa taça tão cedo, caímos no grupo da morte", brincou.
Já a subsecretária do Departamento de Estado para assuntos da América Latina, Roberta Jacobson, em discurso que antecedeu Kerry, afirmou que a relação com o Brasil está "melhorando" e que "muita coisa está acontecendo, apesar das manchetes falarem que a relação entre os dois países está congelada".
Jacobson afirmou que "não é segredo" que a relação de Brasil e EUA "passa por um período duro", mas ela disse que as relações econômicas, de turismo, culturais e educativas continuam a crescer.
"Só estamos abrindo novos consulados em dois países do mundo, China e Brasil", disse, em relação às novas representações em Belo Horizonte e Porto Alegre, e afirmou que o tempo para a obtenção de um visto americano no Brasil foi bastante encurtado.
Jacobson disse ainda esperar que no próximo ano a cúpula de CEOs (presidentes de empresas) dos dois países aconteça. Nem Kerry, nem Jacobson falaram de uma possível visita de Estado da presidente Dilma Rousseff a Washington. A anterior, marcada para outubro passado, foi cancelada após o escândalo da espionagem americana pela agência nacional de segurança americana NSA.
Tanto Kerry quanto Jacobson falaram extensamente sobre a Aliança do Pacífico, o novo bloco comercial criado por Chile, México, Peru e Colômbia, e das possibilidades de maior comércio na região. Kerry também falou da importância de boa governança na região, com mais combate à corrupção e a instituições frágeis, que "espantam investidores". No evento, uma mesa redonda foi dedicada às reformas econômicas no México.
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