Análise: Decisão judicial cria um verdadeiro atoleiro para empresas de tecnologia
Por trás da decisão da corte europeia se oculta uma situação muito difícil. O tribunal não estabeleceu um direito absoluto a desaparecer; é preciso buscar um "equilíbrio justo" entre o direito do público de acessar certas informações e o direito de privacidade e de proteção de dados do "objeto dos dados".
Isso cria um verdadeiro atoleiro: depois de quanto tempo um veredicto de falência se torna algo que deveria ser privado? As coisas são diferentes se a pessoa em questão é uma celebridade ou um político? E se ela tiver oferecido aquelas informações voluntariamente (ou as vendido)? E quanto a uso de drogas, ou prostituição, ou homicídio? E se uma pessoa decidir disputar um cargo público alguns anos depois de solicitar uma limpeza geral em seus dados de busca?
Os resultados podem se tornar extremamente estranhos: as pessoas que realizam buscas nos EUA poderão ver os dados "privados" de cidadãos europeus, enquanto os moradores de outros países não terão esse direito?
A consequência, para os resultados de busca, será ou um incômodo paralelo com a censura interna da China ou um grande incentivo para que os investimentos em tecnologia fujam correndo da Europa. E presume-se que nenhum desses dois desfechos seja nem remotamente o desejado.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis