Extrema direita da Holanda sofre revés nas eleições europeias
O ultradireitista holandês Geert Wilders sofreu, segundo as pesquisas, um duro revés nas eleições europeias que começaram na quinta-feira na Holanda e no Reino Unido e que prosseguem nesta sexta-feira na Irlanda e República Tcheca.
Segundo uma pesquisa de boca de urna IPSOS realizada pela tv pública holandesa NOS, o PVV obtinha 12,2% dos votos (3 cadeiras), contra 17% de cinco anos atrás (5 cadeiras).
Os centristas (15,6%) e os democrata-cristãos (15,2%), que obteriam quatro europarlamentares cada um, liderariam a eleição, segundo a mesma fonte.
O golpe sofrido pelo Partido da Liberdade (PVV) de Wilders não deve, no entanto, impedir o avanço dos partidos eurocéticos e anti-imigração em escala europeia - principalmente na França e no Reino Unido -, favorecidos pela crise econômica que deixou 26 milhões de desempregados na União Europeia (UE).
No Reino Unido, ainda não se sabe qual é a tendência das eleições europeias, mas, nas municipais, que são realizadas ao mesmo tempo, o Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP), de Nigel Farage, teve um forte avanço, de acordo com a primeira apuração dos votos divulgada.
O partido de ultradireita UKIP prometeu um terremoto político e os primeiros resultados de boca de urna nas eleições locais na Inglaterra e Irlanda do Norte nesta sexta confirmaram sua entrada no establishment político nacional.
"O país entrou em uma era de quatro partidos políticos", sentenciou o chefe da campanha trabalhista, Douglas Alexander.
Apesar de até o momento não ter o controle que qualquer município, a representatividade do partido de Nigel Farage aumenta consideravelmente e o faz às custas dos três partidos tradicionais britânicos.
Cerca de 400 milhões de eleitores devem votar entre quinta e domingo nos 28 países da UE para designar por cinco anos os 751 deputados do Parlamento Europeu.
Os eurocéticos poderão triplicar seu número de deputados, chegando a cem cadeiras.
DECEPÇÃO
Segundo Wilders, ante seus partidários, os resultados da boca de urna são decepcionantes e também lamentou a baixa participação (37%), que, a seu ver, o prejudicou.
A abstenção, que em 2009 foi de 57%, poderá bater recordes nestas eleições, que continuarão nesta sexta na República Tcheca e na Irlanda, no sábado em Letônia, Malta e Eslováquia, para terminar no domingo em outros 21 países do bloco.
A Bélgica também colocará em jogo novamente seu destino nas eleições legislativas que serão realizadas concomitantemente no domingo, assombrada por uma crise comparável à que desestabilizou o reino em 2010 e 2011, em que um abismo entre flamengos e valões aparece maior do que nunca.
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