Queda de helicóptero mata 13 soldados e um general na Ucrânia
A ofensiva da Ucrânia com aviação e artilharia contra separatistas pró-russos do leste sofreu uma perda nesta quinta-feira (29) com a derrubada de um helicóptero que transportava 14 militares, enquanto os rebeldes reconheceram pela primeira vez a presença de russos no seu grupo.
O helicóptero, que voava a baixa altura, foi derrubado com um projétil de bazuca perto de Slaviansk, um dos redutos insurgentes no leste ucraniano.
Segundo o presidente interino, Oleksander Turchinov, os 14 tripulantes morreram, incluindo o general Sergei Kulchitsk.
"Tenho certeza de que as Forças Armadas e os órgãos de segurança levarão até o final a (operação de) limpeza dos terroristas, e todos os criminosos serão liquidados ou se sentarão no banco dos réus", ressaltou.
Segundo o Ministério do Interior ucraniano, o helicóptero foi derrubado após transportar munição e alimentos a um posto de controle da Guarda Nacional, e quando levava de volta a sua base um destacamento de soldados após uma mudança de turno.
Durante todo o dia, aviões e peças de artilharia atacaram as bases separatistas de Slaviansk e Kramatorsk, onde os combates foram retomados após a eleição no domingo (25) de Petro Poroshenko como novo presidente ucraniano.
Mas as autoridades desmentiram categoricamente o uso das plataformas de lançamento de mísseis Grad, como denunciaram esta manhã os milicianos.
Os militares ucranianos também anunciaram sua disposição de criar um corredor humanitário para facilitar a saída da população civil de Slaviansk.
RUSSOS ENTRE SEPARATISTAS
Por outro lado, os insurgentes reconheceram pela primeira vez que cidadãos russos integram o grupo separatista que combate desde o começo de abril as tropas ucranianas e da Guarda Nacional nas regiões de Donetsk e Lugansk.
O primeiro-ministro da autoproclamada "República Popular de Donetsk", Aleksandr Borodai, disse à agência oficial russa "RIA Novosti" que 33 dos mortos durante a tentativa de tomar nesta terça-feira (27) o aeroporto de Donetsk são da Rússia.
Até agora, os separatistas tinham negado a presença de homens armados russos no grupo insurgente, embora as autoridades de Kiev tenham assegurado que alguns dirigentes separatistas, entre eles Borodai, são cidadãos da Federação Russa.
Enquanto isso, o governo russo pediu nesta quinta que o governo ucraniano interrompa sua operação militar contra separatistas pró-Rússia e instou os Estados Unidos e a União Europeia a pressionarem Kiev para que se evite uma "catástrofe" na Ucrânia.
"Nós exigimos novamente que as autoridades de Kiev parem com a guerra fratricida e deem início a um autêntico diálogo nacional com todas as forças políticas e representantes das regiões do país", disse o Ministério de Relações Exteriores em um comunicado.
O multimilionário pró-ocidental Petro Poroshenko tomará posse no dia 7 de junho como presidente da Ucrânia, informou Irina Fryz, porta-voz da equipe de campanha, nesta quinta.
Segundo os resultados definitivos, o oligarca ucraniano, de 48 anos, conquistou no domingo passado 54,7% dos votos, ficando à frente da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko (12,8%).
OSCE
Ainda estão sob controle rebelde os quatro observadores da OSCE –um estoniano, um turco, um suíço e um dinamarquês– que desapareceram desde segunda-feira (26), embora o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrei Deschitsa, tenha expressado sua confiança de que sejam libertados nos próximos dias.
"Estão bem. A missão da OSCE em Kiev está em contato com eles. À OSCE avisamos que não era boa ideia aparecer em Donetsk. Não nos deram atenção. Por isso os detivemos. Agora, estamos os revistando. Encontramos alguns equipamentos. Uma vez revistados, serão libertados", assegurou Viatcheslav Ponomarev, o prefeito autoproclamado de Slaviansk.
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