Duda Mendonça divulga carta rebatendo acusações de imprensa colombiana
O publicitário brasileiro Duda Mendonça divulgou uma carta na Colômbia, por meio de seus advogados, desmentindo as acusações de que teria recebido acima do teto permitido pela lei para fazer a campanha eleitoral do candidato opositor à Presidência, Óscar Iván Zuluaga.
O publicitário fez, no Brasil, a campanha que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.
Na "nota de esclarecimento", o advogado Luciano Feldens nega que Mendonça tenha sido preso, no Brasil, "por problemas de natureza eleitoral" ou que tenha tido que negociar com a Justiça para ser solto. Também diz que, em 2012, o publicitário foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal e absolvido das acusações relativas à "ação penal nº 470" (mensalão).
Além disso, diz que "a prestação de serviços de assessoria em marketing" feita por Mendonça obedece as leis colombianas e que o pagamento do trabalho é recebido "mediante a emissão de nota fiscal e retenção dos tributos incidentes".
ACUSAÇÕES
A acusação foi publicada primeiro pelo "La República". Segundo o jornal, o publicitário estaria recebendo US$ 2 milhões pela assessoria e receberia outros US$ 2 milhões caso elegesse Zuluaga. No entanto, ainda segundo o diário, a campanha do opositor teria informado ao governo, para prestação de contas, apenas dois pagamentos - um de US$ 61 mil e outro de US$ 21 mil - à empresa MPB Estratégia e Criação (de Duda) no primeiro turno.
Na Colômbia, o teto, no primeiro turno, para todos os gastos de uma campanha presidencial –com exceção do presidente em exercício, cujo limite é menor– é de US$ 10 milhões. Já para o segundo turno, o teto diminui para US$ 5 milhões.
No último domingo (1º de junho), o jornalista Daniel Coronell, colunista da revista "Semana" acrescentou que Mendonça estaria atuando a partir do escritório de um paramilitar. A publicação é dirigida por um sobrinho do presidente Juan Manuel Santos, rival de Zuluaga na eleição.
Depois das denúncias na imprensa, o líder do partido liberal na Câmara dos Deputados, Guillermo Rivera, pediu ao Conselho Nacional Eleitoral colombiano que investigue o caso.
Zuluaga venceu o primeiro turno das eleições, no último dia 25, com 29,25% dos votos contra 25,69% do atual presidente.
As últimas pesquisas para o segundo turno mostram empate técnico entre os dois. A definição será no dia 15.
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