Militantes capturam parte da segunda maior cidade do Iraque
Insurgentes radicais sunistas conquistaram na manhã desta terça-feira (10) o controle de grande parte de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, invadindo uma base militar e libertando centenas de prisioneiros em um grande ataque contra o governo iraquiano liderado pelos xiitas.
A captura de Mossul pelo grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) –um braço da rede terrorista Al Qaeda– e seus aliados ocorre após quatro dias de intenso conflito. A queda da segunda maior cidade é um duro golpe aos esforços de Bagdá para combater os militantes sunitas que recuperaram força no Iraque no último ano e se voltaram para Mossul na semana passada.
A polícia, os militares e autoridades de segurança disseram que os insurgentes, de posse de armas antiaéreas e granadas lançadas por foguetes, assumiram o controle de quase todos os postos da polícia e do Exército dentro e ao redor de Mossul.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress |
Dois oficiais do Exército iraquiano disseram que as forças de segurança receberam ordens de deixar a cidade após os militantes capturarem a base de Ghizlani, ao sul de Mossul, e libertarem mais de 200 prisioneiros do presídio de segurança máxima.
O Exército e as forças policiais atearam fogo em depósitos de combustível e munições, para impedir os militantes de usá-los, disseram as autoridades iraquianas.
Logo depois da tomada de Mossul, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, pediu ao Parlamento que declarasse estado de exceção.
Do outro lado da fronteira na Síria, envolvidos em três anos de guerra civil entre o presidente Bashar al-Assad e os rebeldes que tentam derrubá-lo, combatentes do EIIL tomaram o controle de faixas do território oriental, perto da fronteira iraquiana.
O grupo jihadista está buscando estabelecer um Estado islâmico ligando territórios que controla no oeste do Iraque e leste da Síria.
Milhares de famílias estavam fugindo da cidade para a região autônoma curda, que faz fronteira com a província de Nínive, da qual Mossul é a capital.
ARMAR CIDADÃOS
O governo iraquiano fornecerá armas aos cidadãos voluntários para lutar contra os insurgentes, anunciou o primeiro-ministro.
"O governo criou uma célula de crise para supervisionar o voluntariado e distribuir armamento aos cidadãos voluntários", afirma um comunicado divulgado pela televisão estatal depois que toda a província de Nínive (norte) caiu em mãos dos rebeldes.
"O governo saúda a vontade dos cidadãos e membros das tribos de se apresentar voluntariamente e pegar em armas para defender a pátria e vencer o terrorismo", acrescentou.
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