Militantes jihadistas dizem ter matado 1.700 soldados iraquianos
O grupo islâmico pertencente ao Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) que tomou o controle de duas cidades no Iraque na última semana publicou na internet imagens que supostamente mostram seus combatentes realizando um massacre contra soldados iraquianos capturados.
O grupo também postou no Twitter uma mensagem em que afirma ter matado 1.700 soldados no assassinato em massa.
Se a afirmação for verdadeira, pode ser uma das piores atrocidade realizadas em massa na Síria e no Iraque nos últimos anos, superando até mesmo os ataques de armas químicas nos subúrbios sírios de Damasco no ano passado, que mataram 1.400 pessoas e foram atribuídas ao governo sírio.
As fotos estão num site militante e mostram combatentes mascarados supostamente pertencentes ao EIIL apontando armas para homens rendidos e os obrigando a deitar numa vala rasa com o braços amarrados atrás das costas. Outras imagens mostram os corpos dos prisioneiros após terem sido baleados.
Não foi possível confirmar de maneira independente a autenticidade das fotos e as informações.
As imagens podem aguçar ainda mais o conflito no Iraque que enfrenta nos últimos dias um confronto com jihadistas do EIIL que lançaram uma varredura de repressão no país, com o apoio de membros das forças do regime de Saddam Hussein, derrocado pela invasão dos EUA em 2003 e morto em 2006.
Neste domingo, o Exército iraquiano reforçou a defesa em torno de Bagdá, após a aproximação dos insurgentes. Autoridades do governo disseram que o EIIL tentou capturar a cidade de Tal Afar, no norte do Iraque, neste domingo, o que resultou em pesadas baixas entre os militares e muitos feridos, sem fornecer números exatos.
As legendas das fotos publicadas pelos jihadistas dizem que os assassinatos ocorreram para vingar a morte de um comandante do EIIL, Abdul-Rahman al-Beilawy, cuja morte foi reportada tanto pelo governo quanto pelos insurgentes.
O porta-voz militar do Iraque, Qassim al-Moussawi, confirmou a autenticidade das fotos e disse que estava ciente dos casos de assassinato em massa de soldados iraquianos capturados em áreas tomadas pelo EIIL.
A maioria dos soldados que aparecem nas fotos estão em roupas civis. Alguns são mostrados vestindo uniformes militares por baixo, indicando que eles podem ter apressadamente se disfarçaram de civis para tentar escapar.
Muitos soldados e policiais deixaram seus uniformes e equipamentos para trás quando os militantes invadiram Mossul, Tikrit e áreas vizinhas.
As legendas não fornecem uma data ou local para o massacre, mas al-Moussawi diz que as mortes ocorreram na província de Salahuddin, cuja capital é Tikrit.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis