Polícia detém suspeitos de assassinar palestino e libera primo da vítima
A polícia israelense prendeu seis suspeitos do assassinato de um adolescente palestino, sequestrado na noite de terça-feira em Jerusalém Oriental antes de ser queimado vivo, segundo uma fonte oficial.
Segundo o site de notícias israelense "Ynet", um dos suspeitos confessou o crime e apontou a participação dos outros cinco detidos.
A morte de Mohamad Abu Khdeir, de 16 anos, gerou violentos protestos em Jerusalém e em cidade árabe-israelenses.
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Segundo a fonte oficial, os suspeitos são judeus extremistas. "Aparentemente, as pessoas detidas em relação ao caso pertencem a um grupo judeu extremista", disse o funcionário, falando sob condição de anonimato.
O adolescente foi sequestrado em Shuafat, um bairro de Jerusalém Oriental. Seu corpo queimado foi achado horas mais tarde em uma floresta a oeste de Jerusalém.
Os médicos legistas encontraram indícios de fumaça em seus pulmões, o que significa que ele estava vivo quando foi queimado, informou no sábado a agência Maan, citando o procurador-geral palestino Mohammed Aluweiwi.
TENSÃO
Palestinos acreditam que Abu Khdeir foi vítima de judeus extremistas em uma vingança pelo assassinato de três jovens israelenses –eles desapareceram em 12 de junho e seus corpos foram encontrados na última segunda-feira. Israel culpa o Hamas pela morte de Naftali Fraenkel e Gil-Ad Shaer, de 16 anos, e Eyal Yifrah, 19.
As mortes levaram as relações entre palestinos e israelenses ao seu pior ponto desde as negociações de paz em abril.
O Exército israelense divulgou que mais de 20 foguetes disparados da Faixa de Gaza atingiram Israel neste domingo. Em resposta aos ataques, aeronaves atacaram 10 locais palestinos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou, no entanto, que deve haver cautela no acirramento dos confrontos com o Hamas.
"A experiência nos mostra que em momentos como esses, é preciso agir de forma responsável, não precipitada", disse.
VIOLÊNCIA POLICIAL
Tariq Abu Khdeir, 15, primo do palestino assassinado e de nacionalidade americana, foi preso durante o funeral dele. Tariq, acusado de atirar pedras na polícia usando um estilingue e de ter resistido à prisão, foi solto neste domingo e colocado em prisão domiciliar.
A família de Tariq, que vive na Flórida, denunciou que ele foi vítima de maus-tratos por parte da polícia. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra homens encapuzados, provavelmente policiais, batendo em uma pessoa algemada e quase inconsciente. Acredita-se que a vítima seja Tariq.
O governo dos Estados Unidos destacou neste sábado sua "profunda preocupação" com as informações de que Tariq Abu Khdeir foi "severamente golpeado" por policiais. A família do jovem pretende voltar aos Estados Unidos no dia 16.
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