Israel e Hamas aceitam cessar-fogo humanitário incondicional de 72 horas
O governo de Israel e o movimento radical palestino Hamas concordaram em realizar um cessar-fogo humanitário com duração de 72 horas a partir das 8h desta sexta-feira (2h de Brasília). É a mais longa paralisação do combate desde seu início, no último dia 8.
O acordo foi divulgado pelo secretário de Estado americano, John Kerry, e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em um comunicado conjunto. O pronunciamento diz que israelenses e palestinos deram garantias de que a trégua seria incondicional e de que haveria mais negociações para um cessar-fogo duradouro.
O texto também afirma que as "forças israelenses no solo vão permanecer no local" durante a trégua.
Jack Guez/AFP |
Soldado israelense prepara ataque de artilharia |
"Apelamos a todas as partes para agir com moderação até que este cessar-fogo humanitário comece, e para que respeitem plenamente os seus compromissos durante o cessar-fogo", disseram Kerry e Ban. "Este cessar-fogo é fundamental para dar a civis inocentes uma parada muito necessária na violência."
O comunicado foi liberado em Nova Déli, na Índia, Kerry, participa de reuniões com autoridades indianas.
O Hamas confirmou que cumprirá com o cessar-fogo, "em consideração à situação do nosso povo".
'INDEFENSÁVEL'
Mais cedo, a Casa Branca e a ONU haviam criticado Israel. Os americanos chamaram de "inaceitável" e "indefensável" o ataque israelense a uma escola, que deixou 15 mortos, na quarta (30). Esta foi a crítica mais forte dos americanos a Israel desde o início da operação.
Já a ONU disse que a população de Gaza está "encarando um abismo", e chamou a atenção para a situação dos desabrigados. Segundo o órgão, 220 mil pessoas estão acampadas em seus edifícios, e outras 200 mil em casas de parentes.
A operação Margem Protetora está em seu 24º dia, o que a torna a mais duradoura desde que Israel retirou militares e civis judeus de Gaza, em 2005. Desde então, o Exército realizou outras duas operações: uma entre 2008 e 2009, que durou 23 dias, e outra em 2012, durante sete dias.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al Qedra, afirmou que 1.428 palestinos morreram e 8.000 ficaram feridas nos 24 dias de operação militar israelense. Do lado de Israel, os mortos somam 56 militares e três civis.
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