Hillary Clinton elogia Israel e se distancia da política externa de Obama
A ex-secretária de Estado do governo Obama e possível candidata à Presidência em 2016, Hillary Clinton culpou o presidente americano, em uma entrevista publicada neste domingo, por ter deixado um vazio de poder na Síria que teria favorecido os jihadistas, e defendeu a ofensiva de Israel na faixa de Gaza.
A entrevista foi publicada neste domingo (10) pela revista americana "The Atlantic".
Distanciando-se da política externa do presidente Barack Obama, Clinton ofereceu forte apoio a Israel e ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que tem tenso relacionamento com Obama.
"Acredito que Israel fez o que tinha que fazer para responder aos foguetes [do Hamas]. Israel tem o direito de se defender. Os passos que o Hamas tomou para esconder foguetes e comandar e controlar unidades e entradas de túneis em áreas civis, isso torna a resposta de Israel difícil", disse Hillary.
Questionada sobre se Israel tomou medidas suficientes para evitar mortes de civis, incluindo crianças, Hillary disse que os Estados Unidos também tentam ser cuidadosos para evitar mortes de civis em guerras, mas que às vezes erros ocorrem.
"Nós cometemos [erros]. Não conheço uma nação, não importa quais valores tenha –e eu acredito que nações democráticas demonstraram valores melhores em uma posição de conflito– que não tenha cometido erros, mas basicamente a responsabilidade é do Hamas", disse Hillary.
Criticando Obama diretamente, ela ainda disse que a decisão dos Estados Unidos de não intervir cedo na guerra civil síria foi um "fracasso".
"O fracasso em ajudar a construir uma força de luta confiável entre as pessoas que originaram os protestos contra Assad –houve islamitas, secularistas, tudo no meio– o fracasso em fazer isso deixou um grande vácuo, que os jihadistas agora preencheram", disse Hillary em entrevista ao Atlantic.
Críticos republicanos e outros culparam Obama por fazer muito pouco para apoiar os sírios que se levantaram contra o ditador Bashar al-Assad. A Síria é dividida por uma guerra civil há três anos, com Assad permanecendo no poder e militantes islâmicos ganhando força entre a oposição.
Hillary foi secretária de Estado de Obama durante seu primeiro mandato como presidente, deixando o cargo no início de 2013. Portanto, ela fez parte da administração durante o início da revolta na Síria. Vista como forte concorrente para a candidatura democrata para as eleições de 2016, ela concorreu sem sucesso com Obama pela indicação em 2008.
Questionada sobre o slogan de Obama "não faça nada estúpido" para descrever sua política externa, Hillary disse: "grandes nações precisam de princípios de organização, e 'não faça nada estúpido' não é um princípio organizacional."
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