Nigéria registra terceira morte por ebola
Um nigeriano que trabalhava na Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Ecowas) morreu após ser contaminado pelo vírus do ebola, se tornando a terceira vítima da doença na Nigéria.
Jatto Asihu Abdulqudir, 36, foi posto em quarentena após ter contato com Patrick Sawyer, a primeira vítima do vírus em território nigeriano, informou a Ecowas em comunicado divulgado nesta quarta-feira (13).
Um segundo médico que participava na luta contra a epidemia em Serra Leoa também morreu após contrair o vírus mortal, informaram nesta quarta-feira fontes oficiais.
O médico Modupeh Cole, que trabalhava no hospital Connaught de Freetown, foi transportado em 9 de agosto para o centro de tratamento especializado em ebola de Kailahun (leste), que anunciou a sua morte.
Sawyer, um funcionário americano, viajou no final de julho da Libéria para a Nigéria para participar de uma conferência da Ecowas em que Asihu Abdulqudir também esteve presente.
Uma das enfermeiras que trataram Sawyer em Lagos, a principal cidade nigeriana, também morreu em consequência da doença.
A ECOWAS já desinfetou todas suas instalações em Lagos buscando garantir a segurança de todos seus membros, explicou o órgão no comunicado, que não informou a data da morte de Asihu Abdulqudir.
"Intensificamos a campanha de sensibilização sobre este vírus mortal entre nossa equipe e queremos utilizar esta oportunidade para invocar o espírito de solidariedade e ajuda mútua", acrescentou.
EPIDEMIA
O presidente da Nigéria, Jonathan Goodluck, declarou semana passada "estado de emergência" para lutar contra o vírus, que já infectou 13 pessoas no país, segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O surto de ebola na África Ocidental já matou 1.069 pessoas desde que surgiu em março na Guiné, de onde se espalhou para Serra Leoa, Libéria e Nigéria. Segundo balanço da OMS divulgado nesta quarta, são 1.975 casos entre confirmados, prováveis e suspeitos.
O vírus do ebola, transmitido pelo contato direto com sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e tem taxa de mortalidade de até 90%.
ALEMANHA
A Alemanha pediu a seus cidadãos que deixem Libéria, Guiné e Serra Leoa devido à preocupação com o vírus ebola, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores nesta quarta-feira.
"O grupo de gerenciamento de crise do governo reuniu-se esta manhã para discutir a questão do ebola. O grupo decidiu solicitar a todos os cidadãos alemães na Guiné, Serra Leoa e Libéria que saiam", disse ele.
O pedido não se aplica aos médicos e aos funcionários da diplomacia alemã. As embaixadas permanecerão abertas.
A Guiné-Bissau decidiu fechar as fronteiras com a vizinha Guiné.
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