Ministro russo acredita que França manterá entrega de navios
A Rússia acredita França vai cumprir o contrato e entregar dois navios porta-helicópteros Mistral, o ministro russo da Indústria, Denis Manturov, disse nesta quinta-feira (4) segundo a agência de notícias Interfax.
"A Rússia considera que o contrato será cumprido conforme o que foi acordado", disse.
Na quarta (3), a França suspendeu a entrega do primeiro de dois navios de guerra adquiridos para Rússia em 2011 por meio de um contrato de US$ 1,6 bilhão.
O primeiro navio deveria ser entregue em outubro, mas o presidente francês, François Hollande, decidiu adiar a entrega diante do apoio de Moscou aos rebeldes ucranianos pró-Rússia.
A França "entendeu as pressões da comunidade internacional" em plena crise na Ucrânia e decidiu suspender "até novembro" a entrega desse primeiro porta-helicópteros, disse uma fonte diplomática francesa.
A decisão do governo francês foi anunciada na véspera da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Gales, que deve analisar a crise na Ucrânia.
REAÇÃO
Os Estados Unidos comemoraram a decisão da França.
"Nós achamos que se trata de uma sábia decisão", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki.
Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, atacou nesta quinta a decisão do governo francês de suspender a entrega, dizendo que o país agiu contra o interesse nacional e cedeu à pressão dos Estados Unidos.
Le Pen, cujo partido de extrema-direita vem crescendo na França, tem sido crítica à política do Ocidente em relação à Rússia no conflito Ucrânia, que ela vê como excessivamente hostil com Moscou.
Autoridades russas questionaram nesta quinta-feira a confiabilidade da França como parceira comercial e indicaram que os franceses podem ter cedido à pressão dos Estados Unidos.
"Onde estão os tempos em que Paris não sucumbia à pressão dos Estados Unidos, como, por exemplo, sobre o Iraque?", escreveu no Facebook a vice-porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Maria Zakharova.
Durante o governo do presidente Jacques Chirac, a França, assim como a Rússia, se opôs à invasão do Iraque em 2003, liderada pelos Estados Unidos, para derrubar o regime de Saddam Hussein.
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