Reino Unido resiste a ataques aéreos contra EI apesar de morte de refém
O Reino Unido resistiu neste domingo à pressão para se juntar aos Estados Unidos em anunciados ataques aéreos contra o Estado Islâmico (EI), depois que o grupo militante decapitou o refém britânico David Haines.
Falando depois de presidir uma reunião do comitê de resposta a emergências do governo em Londres, o primeiro-ministro David Cameron disse que seu governo luta em várias frentes, mas, por enquanto, não estava lançando ataques aéreos.
"Estamos prontos para tomar as medidas necessárias para lidar com esta ameaça e manter nosso país seguro", disse ele em um comunicado televisionado feito a partir de seu escritório.
A Grã-Bretanha, no passado, foi muitas vezes o primeiro a aderir a ação militar dos EUA no exterior, mas a opinião pública está cansada da guerra, o Parlamento rejeitou no ano passado ataques aéreos sobre a Síria, e questões sensíveis em torno do referendo de independência da Escócia, na próxima quinta-feira, significam um Cameron reticente desta vez.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, deve discutir a decapitação do britânico, que atuava em ajuda humanitária, com o secretário de Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, em uma reunião em Paris na segunda-feira.
"Tenho certeza de que vai ser um tópico de discussão", disse um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA em Paris, em condição de anonimato, referindo-se ao assassinato.
A filmagem do assassinato de David Haines por militantes do Estado Islâmico que lutam no Iraque e na Síria significa que Cameron, que também está tentando convencer a Escócia a rejeitar a independência em um referendo na quinta-feira, está sob pressão para adotar uma postura muito mais dura com o EI.
Ele disse que não descarta nenhuma opção para combater o EI, com a exceção de combates no solo, mas está recebendo pedidos cada vez maiores de alguns de seus próprios legisladores conservadores e de ex-chefes militares para se unir aos Estados Unidos no lançamento de ataques aéreos.
A última tentativa de Cameron de obter apoio do parlamento britânico a ataques aéreos contra a Síria no ano passado terminou em fracasso quando os legisladores votaram contra tal medida.
Cameron, que voltou a Londres antes do previsto na noite de sábado para presidir a reunião de emergência, chamou o assassinato de Haines, um funcionário humanitário escocês de 44 anos, de um ato de pura maldade e prometeu levar seus assassinos à Justiça.
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