EUA reforçam plano contra ebola com 3 mil militares e mais fundos
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (16) que enviarão 3.000 soldados para ajudar a controlar o surto de ebola na África.
A resposta dos EUA à crise, que ainda será formalmente anunciada pelo presidente Barack Obama, inclui planos para a construção de 17 centros de tratamento, o treinamento de milhares de trabalhadores de saúde e um centro militar de controle, disseram autoridades do país a repórteres.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que precisa de equipes médicas estrangeiras com 500 a 600 especialistas, assim como pelo menos 10.000 trabalhadores locais de saúde, números que podem crescer se a quantidade de casos aumentar.
Até agora, Cuba e China disseram que vão enviar equipes médicas para Serra Leoa. Cuba contribuirá com 165 pessoas, enquanto a China mandará um laboratório móvel e 59 pessoas para acelerar os testes de detecção da doença. O país já tem 115 pessoas e financia um hospital lá.
Obama, que qualificou a epidemia de crise de segurança nacional, enfrentou críticas por não ceder mais ajuda para conter o surto, o qual, segundo a OMS, já matou 2.461 pessoas em 4.985 casos registrados no oeste africano.
O presidente visitará o Centro para Controle de Doenças em Atlanta nesta terça-feira para mostrar seu comprometimento.
A ajuda que anunciará deve incluir 3.000 soldados e um centro de comando conjunto em Monróvia, capital da Libéria, para coordenar os esforços com o governo dos EUA e outros parceiros internacionais.
O governo pediu US$ 88 milhões adicionais ao Congresso para combater o ebola, o que eleva o montante total da ajuda dos Estados Unidos aos três países a US$ 250 milhões.
Desse recurso, US$ 58 milhões serão usados para acelerar a produção da droga antiviral ZMapp e duas potenciais vacinas para a doença. Até o momento não existe nenhum medicamento ou vacina homologados contra o ebola.
Representantes do Departamento de Defesa pediram um remanejamento de US$ 500 milhões em fundos para o ano fiscal de 2014 para ajudar a cobrir os custos da missão humanitária.
LIBÉRIA
Mas a Libéria é o lugar onde a doença parece estar fora do controle. A OMS não divulga nenhuma estimativa de casos ou mortes pela doença no país desde 5 de setembro, e a diretora-geral da organização, Margaret Chan, disse que não há um único leito disponível para pacientes com ebola no país.
A Libéria, um país fundado por descendentes de escravos norte-americanos libertos, apelou por ajuda dos EUA na semana passada.
Um representante da ONU no país disse na sexta-feira que seus colegas haviam dito à população local que usasse sacolas plásticas para se proteger do vírus mortal, na falta de qualquer outro equipamento de proteção.
Já os Médicos Sem Fronteiras, uma ONG que tem liderado a luta contra o ebola, disse estar sobrecarregada e repetiu seus pedidos de ajuda imediata e substancial.
"Estamos honestamente confusos em ver como apenas uma única ONG, privada, está fornecendo a maior parte das unidades de isolamento e leitos", disse a presidente da entidade, Joanne Liu, em um discurso às Nações Unidas em Genebra, acrescentando que a instituição teve que recusar pacientes em Monróvia.
"Pessoas altamente infectadas são forçadas a voltar para casa, apenas para infectar outros e continuar a espalhar esse vírus mortal. Tudo isso por falta de resposta internacional", disse ela.
MAIS AJUDA
A China anunciou nesta terça-feira o envio de outros 59 especialistas para lutar contra o ebola em Serra Leoa, aumentando a 174 os membros da área médica chineses presente neste país.
Entre estes especialistas do Centro de Controle de Doenças chinês figuram epidemiologistas, especialistas em laboratórios, médicos e enfermeiros, segundo a OMS.
A equipe mobilizará um laboratório móvel em Serra Leoa para reforçar a detecção do vírus.
Por sua vez, a Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho anunciou a abertura de seu primeiro centro de tratamento contra a doença em Serra Leoa, em Kenema (leste).
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