Obama volta a negar tropas contra Estado Islâmico no Iraque
Em discurso numa base militar em Tampa (Flórida), nesta quarta (17), o presidente Barack Obama voltou a afirmar que os EUA não farão outra guerra em solo iraquiano para combater a facção radical Estado Islâmico (EI).
"As forças americanas que foram enviadas ao Iraque não têm e não terão missão de combate. Não vou enviar vocês e o resto das nossas Forças Armadas para outra guerra no solo do Iraque", disse.
A afirmação vem um dia após o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general Martin Dempsey, ter dito que poderia vir a recomendar ao presidente o envio ao Iraque de forças especiais para assessorar soldados iraquianos no combate ao EI.
Ainda nesta quarta-feira, corroborando o que dissera o general Dempsey, o também general Ray Odierno, que comandou as tropas americanas no Iraque de 2008 a 2010, disse que "fazer apenas ataques aéreos não será suficiente para combater as milícias do Estado Islâmico no Iraque e na Síria".
Segundo ele, "o Iraque precisa de ajuda para treinar e reconstruir suas forças terrestres para que sejam capazes de ir atrás dos terroristas".
Para Odierno, foi o viés sectário do Exército do Iraque, e não falhas no treinamento de soldados dos EUA, que levaram as forças iraquianas a falhar contra o EI.
Em sua fala aos militares, Obama salientou que os ataques aéreos serão a principal contribuição dos EUA para a luta contra o Estado Islâmico, além da coordenação de uma coalizão que já conta com cerca de 40 países.
"Vamos treinar e equipar nossa parceiros. Vamos dar-lhes informações e vamos ajudá-los. E levaremos uma ampla coalizão de países que têm participação nessa luta".
Apesar de o presidente negar a participação de soldados na luta, seu porta-voz disse que alguns conselheiros militares poderão acabar em posição de linha de frente na batalha contra o EI, que controla parte do leste da Síria e do norte do Iraque.
O premiê iraquiano, Haider al-Abadi, também descartou a presença de tropas americanas no solo de seu país.
APOIO APROVADO
Em uma votação dividida, após Obama ter pedido apoio ao projeto, a Câmara aprovou nesta quarta que os EUA treinem e armem rebeldes sírios para que possam deter o avanço do EI no país.
O projeto foi aprovado por 273 votos a 156, e a votação foi uma medida exclusivamente militar, sem previsão de verba adicional.
Apesar disso, houve uma discussão acalorada. Oposicionistas procuraram retratá-la como uma medida modesta. O assunto deve ir ao Senado nesta quinta (18).
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