Sumiço de ditador alimenta rumores na Coreia do Norte
Desde que assumiu o controle da Coreia do Norte, quase três anos atrás, Kim Jong-un abraçou a arena pública com entusiasmo jamais visto da parte de seu pai, o carrancudo Kim Jong-il.
De longos discursos a um passeio de montanha-russa e uma série aparentemente infindável de visitas "de orientação", ele vem usando a mídia estatal para promover uma imagem de vitalidade juvenil.
O fato de que Kim está distante dos olhares do público há mais de um mês lançou dúvidas quanto a essa imagem, e analistas estão especulando sobre problemas de saúde que podem ter causado esse afastamento sem precedentes.
O jovem líder apresentava excesso de peso ainda antes de assumir o poder, "muito mais gordo do que o seu pai ou o seu avô eram na casa dos 20 anos", escreve Brian Myers, analista de assuntos norte-coreanos. Ao longo dos últimos 12 meses, no entanto, seu peso visivelmente disparou, e as frequentes fotos que o mostram fumando revelam um pesado tabagismo.
Seu estilo de vida luxuoso se alinha ao de seus predecessores –seu pai era notório pelos imensos gastos com alimentos e bebidas de luxo, mesmo durante a desastrosa fome do país.
Kim, 31, não aparece na mídia oficial desde 3 de setembro, quando assistiu a um concerto com sua mulher.
Três semanas mais tarde, a TV estatal da Coreia do Norte informou que ele estava sofrendo de um "desconforto".
A teoria mais comum é a de que Kim está sofrendo problemas nas pernas ou tornozelos –talvez gota, como resultado de comer demais.
O jornal sul-coreano "Joongang Ilbo" mencionou fontes nos serviços de inteligência segundo as quais médicos estrangeiros foram chamados à Coreia do Norte para tratar o líder adoentado.
A despeito da circulação de rumores on-line de que Kim teria sido derrubado ou afastado por figuras importantes do regime, os analistas acreditam que problemas médicos sejam a explicação mais provável para o desaparecimento dele.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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