Venezuela prende suspeitos de matar deputado governista Robert Serra
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela anunciou na noite de domingo a prisão preventiva de dois homens suspeitos de envolvimento na recente morte do deputado governista Robert Serra, num crime que chocou o país.
Os suspeitos foram identificados como os ex-policiais Edwin Torres e Carlos Garcia, que já teriam sido seguranças particulares do deputado, segundo a mídia local. Ambos estão detidos num edifício do serviço de inteligência, o Sebin, no centro de Caracas.
Eles foram capturados depois que o tribunal acatou pedido de prisão preventiva emitido pelo Ministério Público. Responderão pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha, entre outros.
Se forem considerados culpados, podem pegar pena máxima estipulada pela lei venezuelana, que é de 30 anos de reclusão.
O jornal "El Universal" afirma que a polícia considera o crime resolvido, já que todos os seis supostos executores estão identificados –quatro estariam foragidos.
O presidente, Nicolás Maduro, disse que todos os "autores materiais" foram identificados, dos quais "vários foram presos." Maduro prometeu que os "autores intelectuais" serão localizados em breve.
Os motivos do crime, porém, continuam obscuros.
Serra, que tinha 27 anos e era o deputado mais jovem da Venezuela, foi encontrado morto em sua casa no dia 1º de outubro, com o abdômen perfurado dezenas de vezes por um picador de gelo.
Também foi morta na mesma ocasião uma mulher identificada como Maria Herrera. Não está claro se ela era sua amante, namorada ou funcionária do deputado.
Os assassinos levaram dinheiro e fuzis que estavam na casa do deputado, de acordo com jornalistas que acompanham as investigações.
Eleito há quatro anos, Serra era conhecido pela retórica agressiva contra a oposição e pela lealdade irrestrita à ideologia de Hugo Chávez, o presidente que fundou, em 1999, o governo esquerdista atualmente em vigor e que morreu de câncer, no ano passado.
Maduro, sucessor de Chávez, diz que Serra foi assassinado por paramilitares colombianos de extrema direita supostamente ligados à oposição venezuelana.
Líderes direitistas da Venezuela, que enviaram pêsames ao governo e à família de Serra, negam as acusações, que chamam de "gravíssimas."
Setores da oposição especulam que o assassinato de Serra pode ter sido um crime passional ou um acerto de contas entre facções rivais dentro do chavismo.
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