Nova York anuncia medidas para conter o ebola
Para evitar pânico e reduzir as chances de serem surpreendidos por um novo caso de ebola, as autoridades da região de Nova York anunciaram nesta sexta-feira (24) novas medidas de prevenção.
Depois do primeiro diagnóstico do vírus na cidade, na quinta (23) à noite, os governadores de Nova York, Andrew Cuomo, e de Nova Jérsei, Chris Christie, decidiram que todos os funcionários de saúde vindos dos países afetados na África serão imediatamente colocados em quarentena, ainda que não apresentem sintomas.
Larry Downing /Reuters | ||
Presidente Barack Obama se encontra com enfermeira Nina Pham, que se curou do ebola |
Eles ficarão isolados por 21 dias (tempo máximo de incubação do vírus) para garantir que a doença não se espalhe.
"Uma quarentena voluntária para o ebola não é suficiente", disse Cuomo. "Essa é uma situação de saúde pública muito séria."
De acordo com Christie, os protocolos federais –que a partir de segunda-feira obrigarão passageiros vindos de Guiné, Serra Leoa e Libéria a monitorarem a própria saúde– não são suficientes.
Já nesta sexta, uma funcionária de saúde que desembarcou no aeroporto de Newark (NJ) vindo de Serra Leoa foi colocada em quarentena.
A medida foi tomada depois das notícias de que Craig Spencer, o médico diagnosticado com o vírus, passeou pela cidade de Nova York nos dias antes de ser internado. Ele estava trabalhando na Guiné até o dia 12 de outubro.
Spencer usou três linhas de metrô (1, A e L), jogou boliche com os amigos e foi a um café e um restaurante nesta semana. Com exceção dos trens do metrô, todos os outros locais foram fechados temporariamente para avaliação e limpeza.
O médico foi criticado pelo governador de Nova York. "Ele não seguiu o protocolo, sejamos honestos", disse.
A preocupação das autoridades para evitar o pânico na população é evidente. Menos de 24 horas após o diagnóstico, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, já havia dado três entrevistas coletivas para falar do caso.
Ele também pegou um trem da linha A do metrô durante a tarde desta sexta (24). "Os nova-iorquinos que não foram expostos aos fluidos corporais de uma pessoa infectada não correm risco", disse De Blasio.
"Temos o melhor sistema de saúde do mundo. Estamos totalmente preparados para lidar com o ebola". O estado de saúde do médico é estável, segundo as autoridades. A noiva dele, Morgan Dixon, também foi internada.
VACINA
A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou nesta sexta-feira (24) que centenas de milhares' de doses de uma vacina contra o ebola estarão disponíveis a partir de meados de 2015.
Os primeiros testes em países da África ocidental devem ocorrer em dezembro deste ano.
OBAMA
A enfermeira Nina Pham, de Dallas, a primeira pessoa infectada pelo vírus nos EUA, saiu hoje do hospital. Ela não tem mais a doença.
A funcionária se encontrou com o presidente Barack Obama, que fez questão de abraçá-la para reforçar que é seguro estar perto de alguém que teve a doença.
"Vamos dar um abraço para as câmeras", disse.
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