Protestos em Burkina Fasso seguem após ditador se recusar a renunciar
Protestos contra o governo de Burkina Fasso recomeçaram nesta sexta-feira (31) na capital, Uagadugu, depois de um dia de manifestações violentas que obrigaram o ditador do país, no poder há 27 anos, a desistir de concorrer a mais uma reeleição.
Ainda assim, Blaise Compaoré disse que permanecerá no cargo por mais 12 meses, em um governo de transição que vai durar até as eleições de 2015.
Os novos protestos foram convocados pela oposição nas redes sociais e manifestantes estavam se reunindo novamente nesta sexta no centro da capital.
Zéphirin Diabré, líder da oposição, pediu ao povo para "manter a pressão" para obter "a saída incondicional" de Compaoré.
Na quinta, os manifestantes invadiram o Parlamento para evitar a votação de uma emenda constitucional que permitiria que Compaoré se candidatasse para mais um mandato de cinco anos.
Editoria de arte/Folhapress |
Os manifestantes também incendiaram o Parlamento e outros prédios públicos da capital, além de invadirem sedes da imprensa estatal.
Em resposta ao caos, Compaoré decretou o estado de exceção, mas logo os militares anunciaram a dissolução do governo e prometeram a formação de um governo interino de transição até as eleições do próximo ano.
APOIO OCIDENTAL
Um dos países mais pobres e menos desenvolvidos da África, Burkina Fasso mantinha certa estabilidade nos últimos anos. O país também é conhecido por sediar o Festival Pan-Africano de Cinema, o principal do continente.
Governando o país desde 1987 após dar um golpe, Compaoré contava com o apoio da ex-metrópole França e dos EUA.
O país sedia uma das bases francesas usada no combate a radicais islâmicos no vizinho Mali.
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