Estado Islâmico liberta mais de 90 reféns curdos na Síria
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) libertou pelo menos 93 civis curdos que foram sequestrados em fevereiro, quando iam do norte da Síria ao território curdo do Iraque, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
O EI sequestrou em fevereiro cerca de 100 curdos, que eram acusados de integrar a União Democrática Curda (PYD), o principal partido curdo da Síria, que se opõe ao EI.
Nesta segunda (3), o EI libertou os reféns, mas manteve seis deles, segundo o OSDH.
Os seis são acusados de roubo e, por isso, devem ter a mão direita amputada.
Pelo menos 53 curdos entraram na Turquia e não se sabe a localização dos outros 40, segundo a ONG, que tem uma ampla rede de fontes civis, médicas e militares na Síria.
Os civis, naturais da cidade curda de Kobani, na Síria, foram sequestrados depois que deixaram a cidade para viajar ao Iraque, fugindo do avanço do EI.
O EI hoje controla partes da Síria de do Iraque. A facção cercou Kobani, na fronteira com a Turquia, e luta há mais de um mês contra os curdos que defendem a cidade.
Os extremistas também são combatidos com ataques aéreos de uma coalizão de países liderada pelos EUA.
Os curdos sequestrados foram mantidos em cativeiro em Raqqa, norte da Síria.
Além de curdos, o EI mantém reféns estrangeiros, incluindo jornalistas.
TORTURA
Extremistas do EI forçaram crianças de ao menos 14 anos a assistir vídeos de decapitações e as agrediram com cabos durante seis meses de cativeiro, disse a ONG Human Rights Watch nesta terça (4).
O grupo de crianças foi sequestrado em maio, quando voltavam para Kobani depois fazerem provas escolares na cidade de Aleppo. Os últimos 25 reféns do grupo de crianças foram libertados no último dia 29.
O abuso de mais de 150 crianças configura crime de guerra, disse a ONG, que se baseia em entrevistas com quatro das crianças sequestradas.
As crianças relatam terem sido obrigadas a rezar cinco vezes por dia sob intensa instrução religiosa, além de serem forçadas a assistir vídeos de combates e decapitações, disse o grupo sediado em Nova York.
"Aqueles que não concordavam eram espancados. Eles nos batiam com uma mangueira verde ou com um cabo grosso. Eles também nos batiam na sola do pé", disse um menino à ONG.
"Eles nos fizeram aprender versos do Corão e batiam naqueles que não conseguiam aprender".
As crianças cujos familiares faziam parte da milícia curda que luta na cidade de Kobani eram especialmente discriminados.
O EI ameaçava as famílias curdas das crianças por considerar os curdos como infiéis.
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