França ajudou ditador de Burkina Fasso a deixar o país após renunciar
O presidente francês, François Hollande, admitiu nesta segunda-feira (3), no Canadá, que a França facilitou a saída do ditador de Burkina Fasso, Blaise Compaoré, do país.
O presidente francês declarou que a França permitiu que a saída de Compaoré acontecesse sem incidentes, contribuindo para que ele pudesse viajar à Costa do Marfim.
Compaoré chegou a Yamusukro, capital política da Costa do Marfim, às 22h (locais, 20h de Brasília) do dia 31 de outubro, em um comboio militar.
Hollande disse esperar que o poder do país passe, rapidamente, para mãos civis.
"A melhor maneira de desenvolver eleições é que haja um poder civil para levá-las adiante", completou.
Após 27 anos no poder, Compaoré foi obrigado a renunciar na sexta-feira passada (31), depois de uma revolta popular contra sua intenção de modificar a Constituição para obter mais um mandato, a partir de 2015.
Lucas Jackson - 26.set.2013/Reuters | ||
Blaise Compaoré, ditador de Burkina Fasso, durante conferência em Nova York |
Diante da agitação nas ruas, um comandante da guarda presidencial, o tenente-coronel Isaac Zida, assumiu a direção do país prometendo um governo "conduzido por um órgão de transição com base constitucional".
Zida anunciou nesta segunda que está negociando com representantes sociais para devolver o país ao marco constitucional e instaurar um regime civil de transição, objetivo para o qual a União Africana (UA) deu a ele um prazo de duas semanas.
A França, ex-potência colonial e maior doadora de fundos para Burkina Fasso, pede a designação de um chefe de Estado civil interino "para levar o país às eleições".
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