EUA criticam Israel por aprovar expansão em Jerusalém Oriental
Em meio à tensão crescente na região, Israel aprovou nesta quarta-feira (12) a construção de mais 200 unidades habitacionais em Jerusalém Oriental, disputada por israelenses e palestinos.
A decisão deixou os Estados Unidos "profundamente preocupados" e atraiu críticas de países vizinhos como a Jordânia.
Abbas Momani/AFP | ||
Palestino mostra cópia do Alcorão em chamas após ataque à mesquita na Cisjordânia |
"Estamos profundamente preocupados com essa decisão, sobretudo por causa da situação tensa em Jerusalém", disse Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado. "Ela contraria o próprio objetivo já declarado por Israel de alcançar uma solução de dois Estados, porque torna isso mais difícil", completou.
A decisão foi anunciada pouco antes da chegada do secretário de Estado americano, John Kerry, à vizinha Jordânia, numa missão para, justamente, tentar acalmar os ânimos na região.
O rei Abdullah, da Jordânia, inclusive advertiu Israel de que sua política de assentamentos em Jerusalém Oriental destruirá todos os esforços de paz na região.
O novo projeto prevê um complexo de prédios de apartamentos e casas em uma área ocupada por Israel em 1967. Os palestinos reivindicam essa parte da cidade como a capital de um futuro Estado.
A aprovação das 200 novas casas na região de Ramot estaria em estágio inicial, o que significa, segundo a porta-voz do município, Brachie Sprung, que as casas levarão "anos" para serem construídas.
MESQUITA INCENDIADA
Nesta quarta (12), forças de segurança palestinas acusaram colonos israelenses de incendiar uma mesquita na vila de Mughayer, perto de Ramallah, na Cisjordânia, de madrugada. Uma antiga sinagoga no norte de Israel também foi alvo de ataques. Não houve feridos em nenhum dos incidentes.
Segundo testemunhas, o incêndio na mesquita foi apagado pelos próprios fiéis que chegaram de manhã ao local.
Nas últimas três semanas, três pessoas morreram atropeladas por palestinos em Israel, e, na última segunda-feira (10), um soldado israelense e uma mulher morreram esfaqueados. Em outubro, Israel fechou a Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado para o islã, após atentado contra um ativista de ultradireita por um palestino.
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