Governo iraquiano e curdos chegam a acordo sobre petróleo
O governo iraquiano e a região autônoma do Curdistão anunciaram nesta terça-feira (2) um acordo para solucionar suas divergências em torno do orçamento e das exportações de petróleo, algo que deve facilitar a cooperação no combate aos extremistas islâmicos.
Esse acordo foi concluído em Bagdá durante uma reunião de ministros presidida pelo primeiro-ministro Haidar al-Abadi e que contou com a participação do chefe de governo curdo, Nechirvan Barzani.
Marwan Ibrahim/AFP | ||
Combatente peshmerga se posiciona durante confrontos com o Estado Islâmico em Kirkuk |
O acordo, que entrará em vigor no começo de 2015, prevê que 250.000 barris diários sejam exportados da região autônoma e outros 300.000 barris da disputada província de Kirkuk.
"Concluímos um acordo que beneficiará ambas as partes", comemorou Barzani diante de jornalistas ao final da reunião.
O petróleo será transportado pela rede de oleodutos curdos, mas sob controle da companhia federal de petróleo.
Em troca, Bagdá vai desbloquear parte do orçamento nacional correspondente ao governo regional curdo, que está há mais de um ano congelado devido às desavenças em torno do petróleo.
Editoria de arte/Folhapress |
Parte do orçamento federal de Defesa será dedicado aos 'peshmergas', as forças militares curdas.
As divergências sobre o petróleo deterioraram as relações entre Bagdá e Irbil, capital do Curdistão autônomo.
O governo federal considera que a energia produzida nas regiões pertence a todo o país. O Curdistão negocia diretamente com as companhias petroleiras porque considera que o petróleo que sai de seu território é propriedade da região.
As relações entre Bagdá e o Curdistão ficaram ainda mais tensas quando os curdos tomaram o controle de zonas federais disputadas, depois das derrotas sofridas pelo Exército durante a ofensiva do grupo Estado Islâmico (EI) em junho.
Elas melhoraram com a chegada ao poder de Abadi. O Exército federal e as tropas curdas têm cooperado na tentativa de reconquistar as áreas controladas pelo EI.
O acordo concluído nesta terça é interino e as duas partes manterão as negociações para resolver os pontos pendentes.
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