Malala e ativista indiano Satyarthi recebem Nobel da Paz na Noruega
A paquistanesa Malala Yousafzai, 17, e o ativista indiano Kailash Satyarthi, 60, ativistas pelos direitos das crianças, receberam o prêmio Nobel da Paz nesta quarta-feira (10) em Oslo, na Noruega.
"Uma jovem e um homem de mais idade, uma paquistanesa e um indiano, uma muçulmana e um hindu, todos os dois são símbolos que este mundo precisa: unidade, fraternidade entre as nações", declarou o presidente do comitê do Nobel, Thorbjoern Jagland, antes de entregar o prêmio.
Vegard Wivestead/AFP | ||
Malala Yousafzai (esq.) e Kailash Satyarthi mostram prêmio Nobel da Paz, na Noruega |
Malala, a pessoa mais jovem a receber o Nobel, sobreviveu a um tiro na cabeça em 2012 por defender o direito de meninas de frequentarem a escola.
O Taleban, grupo radical que atua no Paquistão, se opõe à educação de meninas, seguindo regras conservadoras do islã.
"Eu conto minha história não por ser única, mas por não ser", disse Malala. "É a história de muitas meninas."
Satyarthi também luta pelo direito de crianças, tendo salvado cerca de 80 mil do trabalho escravo e situações de violência.
"Perdi dois dos meus colegas", disse Satyarthi sobre seu trabalho. "Carregar o cadáver de um colega que está lutando para a proteção das crianças é algo que eu nunca vou esquecer, mesmo quando sento aqui para receber o Prêmio Nobel da Paz."
CERIMÔNIA
Ao homenagear os vencedores deste ano, o comitê do Nobel também deu atenção aos conflitos religiosos e entre potências nucleares vizinhas, como Índia e Paquistão.
Com Malala e Satyarthi, o prêmio busca reparar a reputação, após receber críticas pela escolha da União Europeia e Barack Obama nos anos anteriores.
Na Noruega, Malala se encontrou com milhares de crianças, andou pelas ruas para cumprimentar simpatizantes e abrirá uma exposição com seu vestido manchado de sangue, usado quando seu ônibus escolar foi atacado.
Os vencedores dos nobeis de Química, Física, Literatura, Medicina e Economia devem também receber seus prêmios nesta quarta, em Estocolmo.
As cerimônias são sempre realizadas em 10 de dezembro, o aniversário de morte do fundador do prêmio, Alfred Nobel, em 1896.
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