FBI responsabiliza Coreia do Norte por ciberataque contra Sony
O governo de Barack Obama acusou formalmente a Coreia do Norte nesta sexta-feira (19) de ser responsável pelo devastador ciberataque contra a Sony Pictures Entertainment, fornecendo o mais detalhado relato já feito da amplamente custosa invasão que poderia levar a uma resposta dos EUA.
Em sua última coletiva do ano, Obama afirmou que responderá "em um lugar, momento e da forma que escolhermos".
Em uma declaração, o FBI (polícia federal americana) disse ter provas suficientes para concluir que a Coreia do Norte estava por trás do ataque, que causou o vazamento de dezenas de milhares de emails e de outros materiais.
"As ações norte-coreanas tiveram a intenção de infligir danos significativos nos negócios americanos e suprimir o direito dos cidadãos americanos de se expressar. Tais ações de intimidação ficam fora do que é aceitável no comportamento de um Estado", afirmou a declaração.
O caso do FBI cita, entre outros fatores, similaridades técnicas entre a invasão da Sony e outras "atividades cibernéticas maliciosas" vinculadas diretamente à Coreia do Norte.
Divulgação | ||
Poster de divulgação do filme "A Entrevista" |
Um grupo que se identificou como Guardiães da Paz assumiu a responsabilidade pela ação, que aconteceu no fim de novembro e envolveu o uso de vírus destrutivos que forçaram o estúdio a desligar toda sua rede de computação e deixaram milhares de computadores inoperantes, disse o FBI.
Após o ciberataque, hackers ameaçaram lançar ataques terroristas, fazendo a Sony cancelar o lançamento, no Natal, do filme "A Entrevista".
A comédia com James Franco e Seth Rogen, que retrata uma conspiração para assassinar o líder norte-coreano, Kim Jong-un, enfrentou por meses críticas da Coreia do Norte.
A Coreia do Norte negou responsabilidade no ciberataque, mas, no início deste mês, o elogiou como um "ato justo".
Autoridades do governo Obama previamente evitaram acusar abertamente a Coreia do Norte, mas disseram que estudavam várias opções como resposta.
O comunicado desta sexta-feira não revelou quais são as opções sob consideração.
Num primeiro momento, as opções de resposta dos EUA parecem limitadas. Levar os obscuros hackers à Justiça tem poucas perspectivas.
Um ciberataque de retaliação dos EUA arriscaria uma perigosa escalada. E a Coreia do Norte já é alvo de várias sanções sobre seu programa de armas nucleares.
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