Gravidez de mulher de espião fez parte do acordo entre EUA e Cuba
Ao chegar ao aeroporto de Havana, Cuba, após 16 anos preso nos Estados Unidos, o espião Gerardo Hernandez foi recebido calorosamente por Adriana Perez, sua mulher. Mas não foi a alegria do reencontro que chamou a atenção da mídia, cubana e americana, mas, sim, a barriga de Adriana. Ela estava grávida.
Não demorou para correrem rumores em Havana sobre a paternidade do bebê.
Foi Hernandez quem, ao final, explicou a situação. "Está todo mundo perguntando e já rimos muito com as especulações", disse em um evento no sábado (20), segundo a CNN. "Mas não podemos dar muitos detalhes."
"Uma das coisas conquistadas por esse processo foi isso", disse, apontando para a barriga da mulher. "Tive de fazê-lo por 'controle remoto', mas tudo deu certo."
A CNN revelou que a gravidez de Adriana foi resultado direto das negociações que levaram à retomada das relações diplomáticas entre EUA e Cuba.
Duas fontes confirmaram para a rede de TV que, durante as negociações, o esperma de Hernandez foi coletado e enviado a Cuba, onde Perez foi inseminada artificialmente.
O Departamento de Estado americano confirmou a história, sem dar detalhes: "Podemos confirmar que os EUA facilitaram o pedido da senhora Hernandez para ter um bebê com seu marido", disse o porta-voz Brian Fallon. Em troca, os EUA conseguiram melhores condições na prisão para o americano Alan Gross, disse Fallon.
Hernandez estava preso em uma prisão federal no Estado da Califórnia e havia sido condenado duas vezes à prisão perpétua. Ele era o líder de uma rede de espionagem chamada Vespa.
Como Perez também trabalhou para o serviço de inteligência cubano, ela estava proibida pelas autoridades americanas de visitar seu marido na prisão.
O bebê, que é uma menina, deve nascer em duas semanas e se chamará Gema, segundo a CNN.
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