Prefeito de Nova York pede pausa nos protestos após morte de policiais
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, tentou aliviar as tensões com a polícia da cidade nesta segunda-feira (22), pedindo a suspensão dos protestos contra o uso excessivo de força até depois do funeral de dois policiais mortos por um atirador no fim de semana.
De Blasio, um democrata que foi duramente criticado por alguns sindicatos de policiais por suas ações diante de protestos contra os assassinatos de dois homens negros desarmados pela polícia, pediu que a cidade estivesse ao lado das famílias dos policiais mortos no sábado.
"É hora para todos nós colocarmos de lado nossos debates políticos, deixar de lado os protestos, deixar de lado todas as coisas sobre as quais falaremos no tempo certo", disse de Blasio em um discurso para uma organização de caridade ligada ao Departamento de Polícia de Nova York.
"Vamos confortar essas famílias, vamos acompanhá-las nesses funerais. Depois o debate pode começar."
O Departamento de Justiça condenou o ataque, no qual um homem de 28 anos com um histórico problemático surpreendeu dois policiais que estavam de patrulha em seu carro no Brooklyn.
Ele teria matado os policiais, aparentemente, para vingar as mortes de Michael Brown, em Ferguson, no Missouri, e Eric Garner, na cidade de Nova York. O atirador se matou após o ataque.
Investigadores estão checando se o atirador, identificado como Ismaaiyl Brinsley, compareceu a alguns dos protestos contra o uso excessivo de força dos policiais e disseram que o suspeito havia feito comentários contra a polícia na Internet.
Uma das entidades que organizam protestos em Nova York contra a violência policial, a Answer Coalition, disse que as manifestações pacíficas vão continuar e criticou Bill de Blasio em termos duros: "Diante da injustiça em curso, o apelo do prefeito para que a democracia e o exercício da liberdade de expressão sejam suspensos é ultrajante".
RELAÇÃO TENSA
Mais cedo nesta segunda-feira, o comissário policial William Bratton exigiu que as tensões se aliviassem depois que alguns policiais acusaram De Blasio de não apoiar suficientemente a polícia.
De Blasio havia simpatizado com os manifestantes que tomaram as ruas depois que os jurados se negaram a acusar os policiais brancos pelos assassinatos.
De Blasio foi eleito no ano passado com a promessa de avançar no campo dos direitos civis, depois de duas décadas nas quais seus antecessores enfatizaram políticas de lei e ordem que ajudaram Nova York a quebrar sua reputação de cidade violenta.
Vários policiais viraram as costas para De Blasio em protesto quando ele chegou no hospital do Brooklyn, onde os dois policiais foram levados após serem baleados. O sindicato dos policiais disse que o prefeito estava com as mãos sujas de sangue.
Quem saiu em defesa de De Blasio foi o governador do estado, Andrew Cuomo, dizendo que o prefeito "está fazendo o melhor que pode sob circunstâncias muito difíceis".
Carlo Allegri/Reuters | ||
![]() |
||
Homem segura placa contra violência em local onde policiais foram mortos, no Brooklyn |
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
![Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress](http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/17177107.jpeg)
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis