Dissidentes são presos de novo por regime em Cuba
O governo de Cuba voltou a deter nesta quinta (1º) dissidentes que haviam sido presos e libertados nos últimos dias por preparar um ato público em Havana em favor da liberdade de expressão no contexto da atual reaproximação com os EUA.
As novas detenções ocorreram no dia da celebração do 56º aniversário da Revolução Cubana, que derrubou o então ditador pró-americano Fulgencio Batista.
Segundo relatado na conta da blogueira Yoani Sánchez no Twitter, o grupo de detidos incluiu a artista Tania Bruguera, que havia sido presa na terça (30) e na quarta (31) por preparar um ato na praça da Revolução, a principal de Havana. Nos dois dias, ela foi solta posteriormente.
Os EUA fizeram duras críticas às prisões, vistas como o primeiro atrito bilateral desde que os dois países reataram relações diplomáticas, há duas semanas.
Bruguera e outros ativistas libertados, porém, organizaram um protesto na quinta na frente do presídio onde se encontravam vários colegas. Acabaram novamente detidos, segundo Sánchez. Há informações, porém, de que a artista voltou a ser libertada.
Entre os opositores que retornaram para a cela estão o físico Antonio Rodiles e a pintora Ailer María, que avisou seus seguidores no Twitter: "SOS chegam patrulheiros, nos cercam repressores".
O blogueiro Agustín López, que não estava no grupo de presos na terça-feira (30), também acabou sendo levado. López protestava pela libertação da irmã, Ada, cujo paradeiro é incerto. O número exato de dissidentes presos e libertados nos últimos dias é desconhecido.
A grande maioria dos cubanos não recebeu a informação das prisões, já que o governo exerce estrito controle sobre a internet e sobre os meios de comunicação, totalmente dominados pela propaganda estatal.
Num aparente sinal de preocupação com possíveis manifestações políticas, porém, o jornal oficial "Granma" publicou na quarta-feira um comunicado exigindo da população "adequada conduta social" e "colaboração com as forças de segurança" nas festas de fim de ano e do aniversário da revolução.
Vários dissidentes cubanos vêm demonstrando ceticismo em relação à reaproximação entre Havana e Washington por considerar que o pacto supostamente não exerce a devida pressão contra o regime do ditador Raúl Castro por maiores liberdades políticas internas.
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