Líder separatista ucraniano anuncia ofensiva contra Mariupol
O líder da autoproclamada república de Donetsk (no leste da Ucrânia), Alexander Zakharchenko, anunciou neste sábado (24) que lançou uma ofensiva para tomar o estratégico porto de Mariupol, controlado por Kiev e alvo de bombardeios que mataram pelo menos 29 civis.
"A ofensiva contra Mariupol começou hoje [sábado]. Vai ser a melhor homenagem a todas as vítimas", disse o separatista pró-Rússia Zakharchenko, citado pela agência pública russa Ria Novosti, durante uma cerimônia em Donetsk.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, prometeu proteger o território de seu país e disse que vai convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança neste domingo (25). "Nós somos pela paz, mas aceitamos o desafio do inimigo e vamos proteger a pátria-mãe", disse o presidente, em comunicado.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, condenou o ataque a Mariupol e exortou Moscou a conter os líderes rebeldes. "Convoco abertamente a Rússia a exercer sua considerável influência sobre os líderes separatistas e a suspender qualquer forma de apoio militar, político ou financeiro", declarou Mogherini.
Desde o ano passado, após a derrubada do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich, vêm sendo travados combates no leste da Ucrânia entre as forças do governo de Kiev e os rebeldes, apoiados por forças russas –o que Moscou, oficialmente, nega.
Sergey Vaganov/Efe | ||
Construção pega fogo após bombardeios em Mariupol, cidade do leste ucraniano controlada por Kiev |
BOMBARDEIOS
Pelo menos 29 civis morreram neste sábado (24) em bombardeios com lançadores múltiplos de foguetes Grad em Mariupol, última grande cidade do leste separatista pró-russo controlada por Kiev, anunciou o chefe da polícia regional.
"Pessoas foram mortas em bombardeios rebeldes em Mariupol", escreveu Vyacheslav Abroskine, chefe de polícia da região de Donetsk em sua página no Facebook.
O Exército ucraniano declarou, por sua vez, que trata-se de "disparos rebeldes com lançadores múltiplos de foguetes Grad, nos arredores de Mariupol" e que casas foram destruídas.
"As paredes e as janelas tremiam, e até a tinta da casa chegou a descascar", descreveu o aposentado Leonid Vasilenko, 76, morador da região leste da cidade, à agência Reuters, por telefone. "Tive de me esconder no porão. O que mais poderia fazer?", indagou.
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