EUA negam haver racha com Europa em relação à crise na Ucrânia
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, negou neste domingo (8) que tenha surgido uma divisão entre Washington e a Europa sobre como lidar com a crise no leste da Ucrânia.
A afirmação de Kerry, feita durante uma cúpula de segurança em Munique (Alemanha), veio após senadores americanos criticarem duramente a Alemanha e outros países que se opõem ao envio de armas para o Exército ucraniano.
"Deixe-me assegurar a todos que não há divisão, não há racha. Eu apenas ouço as pessoas tentando criar um [racha]. Estamos unidos e trabalhamos conjuntamente. Estamos de acordo: esta crise não será resolvida de forma militar", disse o secretário americano.
Ele afirmou, no entanto, que quanto mais demorar a resposta do Ocidente "mais complicado será lidar com a Rússia e seus aliados".
Kerry ainda criticou a Rússia por tentar "alterar fundamentalmente" o mapa geopolítico europeu e por seu "indiscutível esforço" em desestabilizar a Ucrânia com seu apoio aos separatistas.
Volodymyr Shuvayev/AFP | ||
Tanque com bandeira da Ucrânia passa ao lado de placa que indica a cidade de Lugansk |
QUARTA-FEIRA
Alemanha, França, Rússia e Ucrânia marcaram para a próxima quarta-feira (11) uma cúpula em Minsk, capital de Belarus, para buscar uma solução para o conflito no leste ucraniano.
O anúncio do encontro foi feito neste domingo pelo governo alemão após uma conversa telefônica feita entre os líderes dos quatro países.
A chanceler alemã Angela Merkel e os presidentes François Hollande (França), Vladimir Putin (Rússia) e Petro Poroshenko (Ucrânia) tiveram "uma longa conversa telefônica" e "continuaram trabalhando em um pacote de medidas" para colocar fim ao conflito, informou o comunicado do governo alemão.
"Conseguimos progressos na discussão de uma série de medidas para a implementação dos acordos de Minsk", disse Poroshenko, referindo-se ao plano de cessar-fogo assinado em setembro na capital bielorrussa que vem sendo seguidamente desrespeitado.
TIRANO
Após classificar Vladimir Putin como "tirano", o ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, afirmou que as conversações em Minsk serão a última oportunidade para o presidente russo evitar sanções que poderão causar "prejuízos significantes para a economia russa.
Hammond disse que Putin atua como "um tirano do século 20" e deveria "adaptar o seu comportamento ao declínio da economia" de seu país.
"Esse homem enviou tropas para o outro lado de uma fronteira internacional e ocupou o território de outro país em pleno século 21, como um tirano do século 20. As nações civilizadas não se comportam desta maneira no século 21", afirmou o ministro.
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