Proponho ações terrestres limitadas contra facção, diz Obama em carta
Leia abaixo íntegra da carta que presidente dos EUA, Barack Obama, enviou ao Congresso norte-americano nesta quarta-feira (11).
O chamado Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) representa uma ameaça aos povos e à estabilidade do Iraque, Síria e do restante do Oriente Médio, e à segurança nacional dos EUA.
Ele ameaça funcionários e instalações norte-americanas na região e é responsável pela morte dos cidadãos norte-americanos James Foley, Steven Sotloff, Abdul-Rahman Peter Kassig e Kayla Mueller.
Larry Downing/Reuters | ||
Barack Obama faz o discurso do Estado da União em janeiro |
Se não for confrontado, o EIIL criará uma ameaça que irá além do Oriente Médio e poderá atingir o território nacional dos Estados Unidos.
Ordenei uma estratégia abrangente e sustentada para reduzir a capacidade do EIIL e derrotá-lo.
Como parte dessa estratégia, forças militares norte-americanas estão conduzindo uma campanha sistemática de ataques aéreos contra o EIIL no Iraque e na Síria.
Ainda que os estatutos existentes me deem a autoridade de que preciso para ordenar essas ações, expressei repetidamente meu compromisso quanto a colaborar com o Congresso a fim de obter aprovação bipartidária ao uso de força militar (AUMF, na sigla em inglês) contra o EIIL.
Em respeito a esse compromisso, estou submetendo um anteprojeto de AUMF que autorizaria o uso continuado de força militar para reduzir a capacidade do EIIL e derrotá-lo.
O anteprojeto de AUMF de meu governo não autorizaria operações de combate terrestre em larga escala e longo prazo como as conduzidas por nossa nação no Iraque e Afeganistão.
Forças locais, e não forças militares norte-americanas, devem ser utilizadas para esse tipo de operação.
A autorização que proponho ofereceria flexibilidade para conduzir operações terrestres em outras circunstâncias, mais limitadas, como operações de resgate envolvendo pessoal norte-americano ou da coalizão, ou para o uso de forças de operações especiais a fim de atacar a liderança do EIIL.
O texto também autorizaria o uso de forças norte-americanas em situações nas quais operações de combate terrestre não são pretendidas ou antecipadas, como a coleta e distribuição de informações, missões para possibilitar ataques cinéticos, ou provisão de planejamento operacional e outras formas de assessoria e assistência a forças parceiras.
Ainda que minha proposta de AUMF não se refira à AUMF de 2001, mantenho o compromisso de trabalhar com o Congresso e o povo norte-americano a fim de refinar, e por fim revogar, a AUMF de 2001.
Adotar uma AUMF específica para a ameaça que o EIIL representa poderia servir de modelo para como podemos colaborar a fim de ajustar a autoridade conferida pela AUMF de 2001.
Não consigo pensar em maneira melhor de o Congresso se unir a mim em apoio à segurança de nosso país do que aprovando essa legislação, que demonstraria ao mundo que estamos unidos em nossa determinação de combater a ameaça que o EIIL representa.
Editoria de Arte | ||
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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