Ações valem mais que palavras, dizem EUA sobre acordo da Ucrânia
Os Estados Unidos celebraram o acordo de cessar-fogo selado entre o governo da Ucrânia e separatistas pró-Rússia nesta quinta (12), mas ressaltaram que "as ações, e não as palavras" serão observadas ao julgar o abrandamento das sanções contra o governo de Moscou.
"Os EUA estão preparados para considerar a redução das sanções contra a Rússia quando os acordos de Minsk de setembro de 2014, e agora este, foram totalmente implementados", afirmou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em nota.
"Isso inclui um cessar-fogo completo, a retirada de todas as tropas estrangeiras e armamento da Ucrânia, a devolução do controle ucraniano da fronteira e a libertação de todos os reféns."
Sergei Supinsky/AFP | ||
Funeral de um voluntário do Exército ucraniano em Kiev; Ucrânia e separatistas selaram acordo de paz |
"Vamos julgar o compromisso da Rússia e dos separatistas por suas ações, não suas palavras", disse Kerry.
De acordo com ele, o primeiro teste para avaliar o pacto será a implementação do cessar-fogo acordado nesta quinta, que deverá ser iniciado no domingo (15), e a retirada da artilharia pesada pelas duas partes.
O governo americano não descarta, no entanto, a implementação de novas sanções contra a Rússia caso os acordos não sejam respeitados, disse a porta-voz do Departamento do Estado, Jen Psaki.
"Nós não descartamos essas opções. As discussões ainda estão em andamento", afirmou.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, divulgou nota agradecendo os esforços da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, François Hollande.
"O verdadeiro teste do acordo será sua implementação completa e sem ambiguidades", afirmou.
No início desta semana, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que o país avalia o envio de armas para o Exército ucraniano como forma de ajudar o país europeu no conflito caso as negociações diplomáticas falhem.
Em entrevista coletiva ao lado de Merkel, em Washington, na segunda-feira, ele ressaltou que as sanções aplicadas até agora "não dissuadiram [o presidente russo Vladimir] Putin da ideia de manter esse rumo".
Por isso, pediu à sua equipe que "analise todas as opções", inclusive o envio de armas letais, para aumentar a capacidade da Ucrânia de defender-se dos separatistas pró-Rússia, alegadamente apoiados por Moscou.
O presidente admitiu, no entanto, que a possibilidade de uma solução militar para a questão sempre foi pequena. "Eu ainda não tomei uma decisão", afirmou.
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