Ação do Estado Islâmico levou a fuga de 5.000 cristãos na Síria, diz ONG
Cerca de 5.000 cristãos assírios deixaram suas casas desde o início da ofensiva da milícia radical Estado Islâmico contra a província de Hasakah, na Síria, informou nesta quarta-feira (25) a ONG Rede Assíria de Direitos Humanos.
A leva de refugiados desta semana acontece um dia após a entidade e o Observatório Sírio de Direitos Humanos informarem que pelo menos 70 cristãos assírios foram sequestrados pela facção na mesma região da Síria.
Este é o número da Rede Assíria de Direitos Humanos e da ONG A Demand For Action, que estimam que o número pode chegar até cem. Na versão do Conselho Nacional Assírio da Síria, foram 150 os desaparecidos.
Segundo o diretor da Rede Assíria de Direitos Humanos, Osama Edward, as famílias deixaram as regiões dos confrontos entre os jihadistas e combatentes curdos e chegaram às cidades de Hassakah e Qamishli.
Edward, que fez um apelo por uma proteção internacional para os deslocados, afirmou que os jihadistas intimidaram os aldeões e há algumas semanas retiraram as cruzes sobre as igrejas.
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, o Estado Islâmico atacou esta região para se vingar dos curdos, que lançaram uma ofensiva, apoiados pelos ataques da coalizão liderada pelos EUA, para recuperar as aldeias de Hassakah.
E, como objetivo final, os jihadistas querem tomar Tall Tamer, uma localidade assíria próxima de uma ponte sobre o rio e que é importante para ligar a fronteira iraquiana a partir de Aleppo, no nordeste da Síria.
A organização, com sede em Londres, afirma que 132 combatentes do Estado Islâmico morreram na região desde domingo, quando começou a tentativa de dominar a região.
CONDENAÇÃO
Aproveitando-se da guerra na Síria e da instabilidade no Iraque, o facção extremista sunita tomou grandes porções do território dos dois países, cometendo seguidas atrocidades, entre decapitações, limpeza étnica, sequestros e estupros.
Para Washington, "o fato de o EI atacar uma minoria religiosa demonstra mais uma vez seu tratamento brutal e desumano em relação a qualquer um que não concorda com os seus objetivos e suas crenças tóxicas".
A França também condenou "um novo ato criminoso do grupo terrorista" e apelou para a libertação imediata dos assírios. Na quarta, quatro parlamentares franceses foram em missão não oficial a Damasco para se reunir com o ditador Bashar al-Assad.
O governo francês afirmou que esta era uma "iniciativa pessoal" e "não uma iniciativa oficial da França." A agência estatal de notícias da Síria informou que a reunião se concentrou nos "desafios enfrentados por árabes e europeus, especificamente em matéria de terrorismo".
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