Corte do Egito classifica Hamas como grupo terrorista
Um tribunal egípcio classificou o grupo palestino Hamas como uma organização terrorista, disseram fontes do judiciário e de segurança neste sábado (28), parte de uma contínua repressão sobre os islâmicos no país árabe mais populoso.
O Hamas é um desdobramento da Irmandade Muçulmana do Egito, que as autoridades também declararam ser um grupo terrorista e têm reprimido sistematicamente desde que o Exército derrubou um de seus líderes, Mohamed Mursi, da presidência em 2013.
"O tribunal decidiu que o Hamas deve ser classificado como uma organização terrorista", disse à Reuters Samir Sabry, um dos advogados que conduziu o caso contra o Hamas.
Enquanto um tribunal em janeiro tenha classificado apenas o braço armado do Hamas como um grupo terrorista, a decisão mais ampla deste sábado poderá trazer maiores consequências para as relações, já tensas, entre Cairo e Hamas, que governa a Faixa de Gaza ao longo da fronteira do Egito.
"A decisão do tribunal egípcio de listar o movimento Hamas como uma organização terrorista é chocante e perigosa, e tem como alvo os palestinos e suas facções de resistência", disse o Hamas, em comunicado, após a decisão.
"Isso não terá influência no movimento Hamas", acrescentou.
Após a decisão de janeiro contra as Brigadas Qassam, uma fonte próxima ao braço armado do Hamas sinalizou que o grupo não aceitaria mais o Egito como intermediário entre ele e Israel.
Um porta-voz do governo egípcio se recusou a dizer quais ações o governo vai tomar para fazer cumprir a decisão.
IRMANDADE MUÇULMANA
Também neste sábado, uma corte egípcia sentenciou cinco líderes da Irmandade Muçulmana, organização banida no país, à prisão perpétua, incluindo o seu líder supremo, Mohamed Badie –que já fora condenado à morte em outro processo.
Os cinco foram acusados de responsabilidade por violentos conflitos que, em junho de 2013, terminaram com 11 mortos e 91 feridos diante da sede da Irmandade, num subúrbio do Cairo.
Os choques aconteceram quatro dias antes da derrubada do presidente Mohammed Mursi, ligado à Irmandade Muçulmana e eleito um ano antes.
Mursi enfrenta julgamento em quatro outros processos, sob acusações que incluem conspirar com potências estrangeiras e incitar o assassinato de manifestantes, e corre o risco de ser sentenciado à morte.
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