Guerra forçou retirada de metade da população da Síria, diz agência da ONU
A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) informou nesta sexta-feira (13) que a guerra civil na Síria forçou a saída de quase 12 milhões de pessoas de suas casas, metade de toda a população do país árabe.
Em relatório, a entidade informa que, nas vésperas de o conflito completar quatro anos, 3,9 milhões de refugiados sírios estão em cinco países vizinhos –Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito.
Muhammad Hamed - 11.mar.2015/Reuters | ||
Meninas sírias estudam no campo de Zaatari, na Jordânia; maioria das crianças está fora da escola |
Nestes locais, os sírios enfrentam dificuldades para tentar recomeçar a vida, em parte pelo fim das economias usadas para fugir do conflito e pela falta de estrutura nos países que os recebem.
No Líbano, metade dos 1,2 milhão de refugiados vivem em casas improvisadas e dois terços está abaixo da linha da pobreza. O país também não tem escolas suficientes para abrigar as crianças sírias, fazendo com que só 20% esteja nas salas de aula.
A situação não é diferente nos demais países e, diante da chegada em massa de mais refugiados, as autoridades dificultam a entrada dos sírios, como a Turquia. O país, que abriga 1,7 milhão de sírios, chegou a fechar alguns postos de fronteira.
Com a falta de recursos para lidar com a situação, o alto comissário da ONU para Refugiados, Antonio Guterres, pediu mais ajuda da comunidade internacional e lançou uma campanha para arrecadar US$ 8,4 bilhões para a assistência dos sírios.
"Com os apelos humanitários sistematicamente subfinanciados, não há ajuda suficiente para atender as enormes necessidades nem apoio suficiente ao desenvolvimento dos países de acolhida, que sucumbem com o crescente número de pessoas."
IMIGRAÇÃO
Diante da situação difícil nos países vizinhos, alguns sírios tentam chegar à Europa em travessias marítimas, enfrentando rotas arriscadas. Em alguns casos, morrem no caminho, como é o caso dos naufrágios no mar Mediterrâneo.
Guterres afirma que, quando chegam aos países de acolhida, eles têm que lidar também com a discriminação e a xenofobia. "Precisamos nos lembrar de que a ameaça não vem dos refugiados, mas sim que eles foram as primeiras vítimas dela".
Dentro do país, 8 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas e vivem em moradias e prédios abandonados. Destes, 4,8 milhões de pessoas estão em locais de difícil acesso devido aos combates entre rebeldes e o regime de Bashar al-Assad.
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