Presidente argentina rejeita acusações do Reino Unido sobre Malvinas
No dia em que se completa 33 anos do início da Guerra das Malvinas, a presidente argentina, Cristina Kirchner, respondeu às acusações do governo do Reino Unido de que o o país seria "uma ameaça muito viva" ao controle britânico das ilhas.
"Se precisam de justificativa para o lobby armamentista e de um motivo para ganhar a eleição, que não os busquem na Argentina. Nós não ganhamos a eleição assustando ninguém", afirmou Cristina.
Enrique Marcarian - 1º.abr.2015/Reuters | ||
Veteranos da Guerra das Malvinas, em 1982, marcham em homenagem aos mortos em Buenos Aires |
Segundo ela, o governo inglês deveria se preocupar em cuidar da alimentação do seu povo e da segurança interna e não com uma suposta ameaça da Argentina.
"Não somos um perigo para o povo inglês, nem para ninguém. Não somos um país que compra armas, nem que considera se armar."
A presidente, porém, voltou a reclamar o direito do país sobre as ilhas, que ficam em frente à Argentina. Ela assinou um decreto que determina a abertura dos arquivos secretos do governo sobre o conflito militar.
"Não haverá uma independência completa da Argentina enquanto não recuperarmos nossas ilhas Malvinas", afirmou.
Há menos de dez dias o governo inglês justificou o aumento do orçamento militar para equipar as Forças Armadas nas ilhas na esteira de uma "ameaça muito viva" da Argentina em tentar reaver o território.
"A principal ameaça às Ilhas são as injustificadas demandas de soberania da Argentina", afirmou, na ocasião, o ministro da Defesa, Michael Fallon.
Em discurso em Ushuaia, na Terra do Fogo, Cristina afirmou, entretanto, que o país "não quer brigar com ninguém" e que a demanda argentina será feita por meio do diálogo.
A presidente aproveitou para criticar os governantes dos países ameaçados pelo terrorismo, atribuindo o aumento da violência dos fundamentalistas islâmicos à conduta desses políticos.
Segundo ela, o fracasso das políticas sociais e o discurso de enfrentamento vêm incentivando que jovens sejam cooptados pelos fundamentalistas, como o Estado Islâmico. E chamou a política desses países de "suicida".
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