Saudita é condenado à prisão perpétua por ataque a embaixadas dos EUA
A Justiça de Nova York condenou nesta sexta-feira (15) à prisão perpétua o saudita Khalid al-Fawwaz por conspiração com a Al Qaeda para os ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia, em 1998.
O empresário é apontado como a ponte entre Osama bin Laden, então líder da rede terrorista, e o Ocidente. Ele disseminava mensagens do terrorista em meios de comunicação europeus e mandava suprimentos a células do grupo na África.
Marilyn Church/Reuters | ||
Desenho registra o momento no tribunal em que o saudita Khalid al-Fawwaz recebe a sentença |
As autoridades americanas também o acusam de conduzir um centro de treinamento da Al Qaeda no Afeganistão na década de 1990 e de ajudar a criar uma célula da Al Qaeda no Quênia, a autora dos atentados contra as representações diplomáticas.
A sentença foi divulgada pelo juiz Lewis Kaplan, que o considerou culpado em quatro acusações de conspiração, e era a pena pedida pelas famílias das vítimas das duas ações, que deixaram 224 mortos e 5.000 feridos.
Meses depois dos ataques, Fawwaz foi preso em Londres, mas só foi extraditado aos EUA em 2012 após longa batalha judicial nos tribunais britânicos. A sentença foi definida após cinco semanas de julgamento.
Ele é o décimo condenado por relação com os ataques. Outro acusado dos acusados de participação do ataque que estava na fila dos réus, o líbio Abu Anas al-Libi morreu em janeiro vítima de um câncer descoberto enquanto estava preso.
AUDIÊNCIA
A audiência foi acompanhada por sobreviventes e parentes dos mortos pelo ataque. A ex-funcionária da embaixada dos EUA em Nairóbi Ellen Karas, que perdeu a visão no ataque, disse:
"Eu adoro o mesmo Deus que você diz amar, mas o meu Deus não é vingativo e raivoso. Ele é cheio de amor".
Antes da leitura da pena, o saudita disse aos familiares das vítimas estar arrependido do que fez. "Eu não apoio a violência e espero que algum dia as pessoas encontrem outros caminhos para viver suas diferenças sem violência."
Em nota, a promotora responsável pelo caso, Preet Bharara, comemorou o veredicto. "Fawwaz conspirou a favor de um regime assassino, e o resultado foi um saldo terrível de terror e morte".
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