Líder do Parlamento venezuelano diz que processará jornais estrangeiros
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o governista Diosdado Cabello, anunciou que irá abrir processos na Espanha e nos EUA contra jornais que o vincularam com o narcotráfico.
"Não é possível que a imprensa faça isso, que desqualifique alguém sem apresentar nenhuma prova", disse Cabello em entrevista divulgada neste domingo por TVs locais.
Carlos Garcia Rawlins - 19 abr. 2013/Reuters | ||
Presidente Nicolás Maduro (à esq.) abraça Diosdado Cabello, que ergue Constituição venezuelana |
"Irei até o fim com este processo [...]. Não farei concessões", afirmou o deputado, um dos mais homens mais poderosos do país.
Cabello já processou 22 diretores de mídia venezuelana por repercutir o relato de um de seus ex-guarda-costas que o acusou de comandar um cartel de tráfico de cocaína dentro das Forças Armadas do país.
O relato de Leamsy Salazar, que desertou e hoje vive sob proteção dos EUA, foi inicialmente publicado em janeiro pelo jornal espanhol "ABC."
MÍDIA INIMIGA
No mês passado, o jornal americano "The Wall Street Journal" revelou que a Justiça dos EUA já investiga supostos vínculos de Cabello e outros altos funcionários de Caracas com o narcotráfico.
A denúncia levou a oposição venezuelana a cobrar que Cabello seja investigado também pela Justiça nacional.
Não está claro quantos jornais estrangeiros, além do "ABC" e do "WSJ", seriam alvo de processo.
Cabello afirma que a mídia privada, nacional e estrangeira, é inimiga do governo socialista. O líder do Parlamento lembra que a imprensa opositora jogou todo o seu peso em favor da fracassada tentativa de golpe de Estado de 2002 contra o então presidente Hugo Chávez.
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