Choque de trem argentino foi sabotagem, diz ministro
Um acidente de trem na noite de domingo (7), com 40 feridos, transformou-se em mais um episódio da campanha eleitoral na Argentina.
O ministro dos Transportes, Florencio Randazzo, que concorre à vaga de candidato kirchnerista na eleição presidencial de outubro, afirmou que o choque entre duas locomotivas teria sido uma sabotagem. "Não acredito em casualidades, e sim em causalidades", disse Randazzo.
Enrique Marcarian - 7.jun.2015/Reuters | ||
Bombeiros trabalham em local de acidente de trem em Buenos Aires no domingo (7) |
Randazzo vinculou o acidente ao momento político –os partidos fecharão, nos próximos dez dias, as chapas que concorrerão nas urnas. Mas também apontou para os sindicatos, que prometem parar por 24 horas em nova greve geral nesta terça (9).
Ele mostrou fotos que comprovariam que o maquinista desrespeitou sinais vermelhos e não freou.
O trem saía da estação de Temperley, na Grande Buenos Aires. É na região metropolitana da capital onde se concentra a maior parte do eleitorado argentino.
Sem esconder o viés eleitoral, Randazzo havia preparado um ato para entregar um novo trem que chegaria à estação nesta segunda (8).
O acidente murchou o evento, e o "trem de Randazzo", como dizem seus simpatizantes, partiu por volta das 14h de Temperley sem festa nem foto para a campanha.
"Mas ele não vem mais?", perguntou Melanio Ramirez, 50. A decepção durou pouco. Único acomodado no vagão novíssimo, de assentos acolchoados, ele elogiou o governo e especulava: "É claro que foi sabotagem. Eles sabem que um kirchnerista vai ganhar e não aceitam."
O acidente, porém, ocorreu na linha da plataforma ao lado, onde vagões velhos, com portas faltando, levam a maior parte das pessoas.
O sindicato dos trabalhadores de ferrovias criticou o ministro. "É uma irresponsabilidade que o governo sugira sabotagem antes da perícia", disse Camino Horacio Oscar, diretor do sindicato.
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