EUA consideram fazer mais bases no Iraque para enfrentar EI, diz general
Os Estados Unidos consideram estabelecer mais bases militares no Iraque para auxiliar o combate ao Estado Islâmico, informou nesta quinta-feira (11) o presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Martin Dempsey.
Se confirmada, a criação das novas instalações forçará o envio de mais soldados para batalhas em terra, medida que é criticada pela população depois dos oito anos de guerra após a queda do ditador Saddam Hussein, em 2003.
Reuters | ||
Milicianos xiitas lançam foguetes contra áreas dominadas pelo Estado Islâmico em Baji, no Iraque |
Em entrevista coletiva, Dempsey disse que a intenção é fazer centros de treinamento similares ao de Taqaddum, para onde será enviado o grupo de 450 soldados cuja convocação foi anunciada na quarta-feira (10).
As bases ficariam no corredor entre a capital Bagdá e Tiktit, na província de Al Anbar, e seguindo para o norte rumo a Mossul, uma das primeiras grandes cidades iraquianas dominadas pelos extremistas, há um ano.
"Nossa campanha é feita através do estabelecimento dessas vitórias-régias, que nos permitirão continuar a incentivar as tropas iraquianas a avançarem", disse o chefe militar, usando a planta como metáfora para os postos.
A principal função das bases é auxiliar o Exército do Iraque e milícias tribais no conflito. Na quarta (10), o presidente Barack Obama descartou qualquer participação das tropas americanas nas batalhas em terra.
Questionado sobre as entrevista de Dempsey, o conselheiro de segurança da Casa Branca, Ben Rhodes, afirmou que Obama observará as recomendações do Pentágono antes de tomar qualquer decisão sobre aumento de efetivo.
TÁTICA
Desde agosto, o governo americano participa do conflito contra o Estado Islâmico com bombardeios aéreos feitos por uma coalizão com países europeus e do Oriente Médio e assistência às tropas iraquianas em terra.
Em maio, porém, o secretário de Estado, John Kerry, admitiu que os esforços não estão sendo suficientes para derrotar a milícia. Já o chefe do Pentágono, Ashton Carter, criticou as forças iraquianas, em entrevista à rede de TV CNN.
"As forças iraquianas demonstraram nenhuma vontade de lutar", disse o secretário de Defesa, sobre a atuação fracassada do Exército iraquiano que não impediu a tomada da cidade de Ramadi pelos extremistas.
Os Estados Unidos têm atualmente 3.100 soldados no Iraque, contra 170 mil em 2003, e Obama vê a expansão como um risco político devido à sua oposição à guerra aberta por seu antecessor, George W. Bush.
A presença de mais militares americanos é também vista como um risco de escalada do conflito, já que, desde o início, um dos principais objetivos do Estado Islâmico é a retomar dos combates com as tropas dos Estados Unidos.
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