Estado Islâmico reivindica ataque a hotel que matou 38 na Tunísia
A milícia radical Estado Islâmico reivindicou nesta sexta-feira (26) o ataque a um hotel de Sousse, cidade turística no litoral da Tunísia. A ação deixou 38 mortos, em sua maioria turistas estrangeiros que estava em uma praia.
Horas atrás, o governo tunisiano havia afirmado que 39 pessoas morreram na ação. Mas, segundo o primeiro-ministro, Habib Essid, a contagem mencionada incluía o terrorista entre os mortos.
Em comunicado divulgado pelo fórum de radicais islâmicos SITE, a facção afirma que um de seus membros, chamado de Abu Yihya al-Kairouni, abriu fogo no hotel Riu Imperial Marhaba, chamado de "bordel".
"Nosso irmão, o soldado do califado Abu Yihya al-Kairouni, atingiu seu alvo apesar das medidas de segurança [das autoridades tunisianas]. Atacou um bordel e matou 40 infiéis", diz a nota, que traz número maior de mortos que o reconhecido pelas autoridades.
Os extremistas afirmam que o objetivo era fazer um ataque contra "antros de fornicação, vício e apostasia" em Sousse, um dos principais destinos turísticos para europeus no país do norte da África.
As vítimas, em sua maioria britânicos, alemães e belgas, foram mortos enquanto estava na praia e na piscina do hotel. O atirador estava disfarçado de turista e escondeu um fuzil AK-47 dentro de um guarda-sol.
O presidente do país, Beji Caid Essebsi, reagiu afirmando que "o alvo do ataque é o coração da Tunísia", em referência à importância que o setor turístico tem na economia do país.
Ele também anunciou que "o Estado adotará medidas dolorosas, mas necessárias" após o ataque. A primeira foi fechar 80 mesquitas fora do controle do Estado por incitação à violência.
SÉRIE DE ATAQUES
O atentado na Tunísia aconteceu quase ao mesmo tempo de uma explosão de um homem-bomba em uma mesquita no Kuait e de um ataque em uma fábrica de uma empresa americana na França que incluiu uma decapitação.
O ataque no Kuait também foi reivindicado pelo Estado Islâmico. Para o Departamento de Estado americano, porém, não há provas de que os três ataques estejam relacionados.
A milícia radical convocou seus seguidores a um mês de violência no mês sagrado do Ramadã, que começou no dia 18 e vai até 17 de julho. Neste período, a facção completa um ano de ter se declarado Estado Islâmico.
O ataque na Tunísia é o pior que já aconteceu no país. Em março, a capital Túnis foi atingida por outro atentado ao turismo. Pelo menos 22 pessoas morreram quando atiradores abriram fogo contra turistas no Museu do Bardo.
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