Republicanos criticam acordo com Irã e questionam aprovação no Congresso
Políticos republicanos criticaram o governo Barack Obama pelo acordo firmado com o Irã, país que consideram ser "patrocinador do terrorismo" e que sairá fortalecido das negociações com as potências globais.
Congressistas democratas expressaram cautela quanto aos termos acertados e ceticismo quanto à aprovação pelo Legislativo.
O presidente da Câmara dos Representantes americana (equivalente à Câmara dos Deputados), o republicano John Boehner, disse que, se sua suspeita sobre o quão prejudicial e perigoso o acordo poderá ser para os EUA, ele fará o possível para barrá-lo no Congresso.
"Não é uma disputa entre republicanos e democratas. É uma questão do que é certo e o que é errado", disse.
O Congresso tem 60 dias para aceitar ou rejeitar o acordo, mas o presidente Obama tem poder de veto. O Legislativo precisa de dois terços em cada Casa para se sobrepor a eventual veto do Executivo. O presidente, por sua vez, precisa apenas de um terço em uma das casas.
O pré-candidato à Presidência Jeb Bush afirmou que o acordo é "perigoso, equivocado e tem visão de curto prazo". Pra ele, a gestão Obama deveria ter exigido o abandono total, não apenas o adiamento" do programa nuclear pelo Irã.
O governador de Wisconsin e pré-candidato Scott Walker disse que o acordo deveria ser lembrado como "uma das maiores derrotas diplomáticas" da era Obama. "Em vez de fazer o mundo mais seguro, o acordo provavelmente levará a uma corrida armamentista nuclear na região mais perigosa do mundo."
Esse argumento é repetido por diversos políticos que veem o Irã como patrocinador do terrorismo. O senador Marco Rubio afirmou que o acordo, "ao que parece", põe em risco a segurança nacional.
Para o congressista Michael McCaul, do Texas, "é preocupante que a corrida armamentista nuclear possa se espalhar pelo Oriente Médio".
Presidente da Comissão de Segurança Nacional, McCaul disse que "não está otimista" com a aprovação do acordo no Congresso americano. Mesmo do lado democrata, disse, congressistas aliados à comunidade judaica não aprovarão o acordo.
Por sua vez, Rick Santorum, outro pré-candidato republicano à Presidência dos EUA, afirmou que o acordo aumentará o poder e a legitimidade do Irã. "O país vai se fortalecer, sua condição financeira vai melhorar e o país vai projetar o terror mais virulentamente", afirmou à CNN.
Para ele, o Irã aceitou o acordo "para que possa continuar fazendo o que fazem há anos. Vai haver violações. Vão continuar exportando terrorismo".
O senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Norte, se disse "profundamente desapontado" com o acordo. "Tudo o que posso dizer é que, se o objetivo era desmantelar o programa nuclear deles, conseguimos assegurar que eles se tornarão uma nação nuclear", disse à emissora MSNBC.
Ele considerou o acordo uma possível sentença de morte a Israel e uma declaração de guerra contra os árabes sunitas.
DEMOCRATAS
Normalmente apoiador do presidente Obama, o senador democrata por Nova York Charles Schumer foi cauteloso ao comentar o acordo. "Apoiar ou combater o acordo não é uma posição que se toma facilmente, e eu vou estudar cuidadosamente os termos antes de tomar uma decisão bem sustentada", afirmou.
O senador democrata Chris Coons, de Delaware, disse que, se estivesse no lugar do governo, "tentaria convencer a população americana de que o acordo é de seu interesse". "Quem quer que o seu legado seja um acordo que é aprovado no limite? Isso indicaria uma divisão profunda que põe todo o negócio em risco", disse, segundo o jornal "New York Times".
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