Site dos EUA decide noticiar campanha de Trump na seção de celebridades
O site "Huffington Post", um dos maiores dos Estados Unidos, decidiu passar para a seção de celebridades a cobertura da campanha do magnata Donald Trump para ser o candidato republicano à Presidência.
A decisão é tomada após as polêmicas provocadas pelo empresário. A primeira delas foi ter chamado os imigrantes mexicanos de criminosos e estupradores no lançamento de sua campanha, em 16 de junho.
Em nota, o site explica que não continuará a publicar as notícias sobre a candidatura de Trump na seção de política por considerar que ele é "uma atração secundária" na corrida pela Casa Branca.
"Nós não vamos morder a isca. Se você está interessado em o que Donald tem a dizer, você vai encontrar isso perto das reportagens sobre as Kardashians e 'The Bachelorette' [reality show de namoro]", informa o site em nota.
A campanha do magnata zombou da decisão e justificou a solidez de seu candidato considerando que ele é líder nas últimas pesquisas e fazendo uma crítica à dona do site, Arianna Huffington.
"O senhor Trump nunca foi um fã de Arianna Huffington e da perda de dinheiro que é o 'Huffington Post'. O único palhaço neste picadeiro é o site, que finge ser uma fonte confiável de notícias".
Na terça (21), o "Huffington" Post usou a reação do líder democrata no Senado, Harry Reid, a uma pergunta sobre Trump em uma entrevista para demonstrar seu ponto sobre a mudança para a seção de entretenimento.
Reid mostrou-se surpreendido e confuso com a pergunta, enquanto os senadores democratas Patty Murray e Dick Durbin riram enquanto a jornalista os questionava sobre o magnata.
POLÊMICA
O comunicado, divulgado na última sexta (17), provocou reações divididas no jornalismo americano. Desde o início da campanha, os grandes meios de comunicação americanos deram espaço a Trump em suas seções de política.
Para o colunista do jornal "Washington Post" Chris Cillizza, o "Huffington Post" fez um juízo de valor do candidato e de seus potenciais eleitores ao fazer a mudança de seção.
"O que precisamos fazer é perguntar o que está por trás do crescimento de Trump, sem reduzi-lo a uma piada ou à irrelevância ou, até, usar a candidatura dele para fazer propaganda de que somos contra Trump."
James Warren, o principal crítico do Instituto Poynter de Estudos da Mídia, também considerou que o site errou em sua avaliação.
"Você pode achar até que Trump é um bufão. Mas ele tem, pelo menos por um momento, tocado em alguns pontos de insatisfação, o que talvez explique parcialmente seu crescimento nas pesquisas".
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