Hillary defende fim do embargo a Cuba durante visita à Flórida
A pré-candidata democrata à Presidência dos EUA Hillary Clinton defendeu, nesta sexta (31), que o Congresso dê fim do embargo econômico imposto a Cuba desde 1962.
"Eu entendo o ceticismo quanto à reaproximação. Eu mesma já fui cética. Mas não podemos mais esperar que uma política falida traga frutos. Chegamos a um momento decisivo. Temos que apoiar a mudança em uma ilha que precisa desesperadamente de mudança", discursou em Miami, onde mora expressiva parcela da comunidade cubana no país.
A expectativa é que o tema não seja apreciado pelos congressistas antes das eleições de 2016.
Hillary afirmou também que, enquanto secretária de Estado (2009 a 2013), diversas vezes encorajou Obama a rever o embargo.
Ela já defendia o restabelecimento das relações entre Cuba e EUA antes mesmo de o presidente, Barack Obama, começar a negociação com o governo Raúl Castro, em dezembro do ano passado. E que foi ela quem recomendou a política ao presidente.
A pré-candidata disse que o fim ao embargo é a forma mais eficaz de enfraquecer o regime e alcançar a liberdade.
Joe Raedle/Getty Images/AFP | ||
Hillary Clinton, pré-candidata democrata a Presidência, discursa em Fort Lauderdale, na Flórida |
Hillary mencionou uma cunhada cubana para elogiar a comunidade que se instalou na Flórida e fez de Miami uma cidade internacional de sucesso, discursou. E disse que o fim do embargo criará oportunidades de negócios. "Soube que até o Airbnb já começou a prospecção no mercado cubano."
"Vamos deixar que Raúl explique por que quer impedir os negócios de americanos na ilha", afirmou.
A oposição republicana historicamente se opõe à normalização das relações bilaterais. E dois dos mais proeminentes adversários na disputa pela Casa Branca são da Flórida: o ex-governador Jeb Bush e o senador Marco Rubio.
Ambos afirmaram que o fim do embargo seria um gesto permissivo dado a um regime autoritário e abusivo.
Na Flórida, Clinton tem vantagem sobre os dois oponentes republicanos. Ela venceria por 47% a 44% de Rubio e por 47% a 42% de Bush, de acordo com pesquisa da Universidade Quinnipiac de junho.
A maioria do eleitorado nacional apoia a reaproximação com Cuba. Levantamento do instituto Pew feito entre 14 e 20 de julho mostrou que 73% dos americanos aprovam o restabelecimento da relação diplomática e 72% apoiam o fim do embargo comercial.
Isolando-se o eleitorado republicano, 56% são favoráveis à reaproximação diplomática e 59% ao fim do embargo, mostrou a pesquisa.
Hillary disse que os EUA não olham tanto quanto deveriam para a América Latina e têm uma visão equivocada sobre os países ao sul. Mas são, definiu, democracias "vibrantes", mercados consumidores formados por vastas classes médias e dividem valores e interesses com os EUA.
"APTA A SERVIR"
A campanha de Hillary anunciou nesta sexta-feira que, segundo a médica Lisa Bardack, a democrata está saudável e "apta a servir" na política.
Seu estado de saúde se agravou em dezembro de 2012, quando sofreu uma concussão após desmaiar em decorrência de desidratação e complicações estomacais durante uma viagem ao exterior como secretária de Estado.
A concussão levou à formação de um coágulo em sua cabeça, o qual se dissolveu após tratamento com anticoagulantes. Na época, Hillary chegou a usar óculos especiais para reduzir os efeitos de visão dupla que contraiu temporariamente após o acidente.
"Ela está em excelentes condições físicas e apta a servir como presidente dos EUA", disse o comunicado. Embora os sintomas da concussão tenham desaparecido em 2013, Hillary continua tomando anticoagulantes diariamente.
Segundo o comunicado, Hillary sofre de alergias esporádicas e de hipotireoidismo, condição para a qual toma medicamentos. Além disso, foi informado que a democrata não fuma, que bebe álcool ocasionalmente e que faz exercícios físicos regularmente, incluindo ioga, natação, caminhadas e levantamento de peso.
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