Candidato kirchnerista é envolvido em suspeita de tráfico e homicídio
Um dos principais nomes da tropa de choque da presidente Cristina Kirchner, o chefe de gabinete Aníbal Fernández foi envolvido em um caso de tráfico de substâncias proibidas e assassinato.
Fernández é candidato a governador da província de Buenos Aires, a região mais populosa do país, que circula a capital, e está na frente, segundo as pesquisas de intenção de voto.
As eleições serão em 25 de outubro, e em 9 de agosto os partidos realizam suas "primárias" para escolher os seus candidatos.
Na noite deste domingo, um dos condenados por um caso de homicídio triplo e tráfico de efedrina (um tipo de anfetamina) há sete anos, revelou ao programa "Periodismo para Todos", de Jorge Lanata, que Fernández teria sido o mandante intelectual do crime.
Marcos Brindicci - 5.fev.2015/Reuters | ||
Aníbal Fernández concede entrevista em cômodo da Casa Rosada |
Segundo a versão do denunciante, Fernández daria proteção aos envolvidos no tráfico de efedrina em troca de propina.
Fernández rejeitou a acusação e afirmou que se trata de uma operação para prejudicá-lo na eleição.
Não foram apresentadas provas, mas, dada a proximidade da eleição –as primárias partidárias ocorrem no próximo domingo (9)–, o tema ganhou repercussão imediata na imprensa e entre os candidatos de oposição e também entre aliados.
O opositor Mauricio Macri e o peronista dissidente Sergio Massa, da Frente Renovadora, afirmaram que é preciso investigar as denúncias contra Fernández. Os dois têm candidatos próprios na província.
"A denúncia é gravíssima, a Justiça tem que investigar", afirmou Massa em entrevista à rádio Latina.
DISCUSSÃO INTERNA
Fernández vem sendo criticado por opositores e até pelo companheiro de partido, Julián Domínguez –contra quem disputará a candidatura a governador nestas eleições primárias por defender a descriminalização do consumo de drogas.
A insatisfação com a criminalidade e o tráfico de drogas é um dos temas mais lembrados pelos eleitores da província de Buenos Aires, uma região onde a pobreza do subúrbio contrasta com a riqueza da capital do país –a cidade de Buenos Aires não faz parte da província de mesmo nome.
Nesta segunda (3), Fernández sugeriu que o colega de partido poderia estar envolvido na denúncia, com o intuito de prejudicá-lo na disputa interna. Domínguez, por sua vez, divulgou uma nota defendendo-se:
"Lamento e me dói essa situação de ofensa ao chefe de gabinete. Mas o fato de Aníbal ser vítima de uma operação da imprensa não o habilita a me acusar", afirmou.
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