Votos de democratas devem garantir acordo nuclear com o Irã
A oposição dos parlamentares republicanos dos EUA ao acordo nuclear do presidente Barack Obama com o Irã cresceram com a revelação de um acordo secreto entre o Irã e a agência da ONU que inspeciona instalações nucleares.
Mas os representantes democratas na Casa estão desmerecendo o relatório e alegam que têm os votos necessários para apoiar Obama no Congresso.
Nesta quinta (20), o senador democrata Claire McCaskill tornou-se o mais recente a declarar seu apoio. "Este acordo não é perfeito, e ninguém confia em Irã, mas já está claro para mim que o mundo está unido por trás deste acordo, com exceção do governo de Israel", disse.
Alex Wong/AFP | ||
Em universidade em Washington, Barack Obama fala sobre o acordo nuclear com o Irã,no dia 5 |
A posição de McCaskill veio um dia após declaração semelhante do também senador democrata Joe Donnelly. "Estou disposto a dar a este acordo a oportunidade de ter sucesso", afirmou Donnelly.
Com mais esses dois, sobe para 26 o número de senadores democratas que apoiam o acordo destinado a desmantelar o programa nuclear iraniano em troca do fim das sanções de bilhões de dólares contra o país.
10 DE 12
Agora, dos 12 senadores democratas do Comitê de Assuntos Militares do Senado, 10 apoiam o acordo.
Como os republicanos são maioria no Senado, e todos se opõem ao acordo, Obama precisa do voto de 34 senadores democratas para conseguir manter seu veto a uma provável desaprovação do texto.
Como até agora só dois democratas se opuseram ao acordo no Senado, Obama pode até ultrapassar os 34 votos necessários, chegando até a 41 votos, o que impediria a desaprovação do acordo.
O assunto deve ser votado no próximo mês.
CÂMARA
A dinâmica é semelhante na Câmara, onde a líder da minoria democrata, Nancy Pelosi, disse que os democratas apoiarão Obama se ele se vir forçado a vetar uma resolução de desaprovação.
"Vamos sustentar o veto", disse ela. Isso exigiria 146 votos democratas.
Na quinta-feira, o número de adeptos a favor do acordo se aproximava de 60.
Para Rosa DeLauro, de Connecticut, "a melhor opção para impedir que o Irã desenvolva uma arma nuclear é apoiar o acordo".
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