Nova perícia aumenta dúvidas sobre morte de promotor na Argentina
Uma nova perícia no caso do promotor argentino Alberto Nisman, encontrado morto em seu apartamento de Buenos Aires em janeiro deste ano, aumentou as dúvidas sobre o episódio.
Segundo o jornal "La Nación" e outros veículos, um disparo da pistola Bersa calibre 22 de onde saiu a bala que matou Nisman deixou rastros de bário, chumbo e antimônio na realização da nova perícia.
As duas análises anteriores de varredura eletrônica não haviam encontrado vestígios de pólvora na mão do promotor.
Marcos Brindicci - 29.mai.2013/Reuters | ||
O promotor argentino Alberto Nisman, que morreu em janeiro, aos 51 anos; caso ainda é investigado |
Para parte dos envolvidos no caso, a perícia mais recente indica que Nisman foi assassinado. O promotor, que acusara a presidente Cristina Kirchner de encobrir o envolvimento do Irã no atentado contra a entidade judaica Amia –que deixou 85 mortos na capital argentina em 1994–, deveria falar ao Congresso em 19 de janeiro, dia seguinte ao de sua morte.
A promotora Viviana Fein, responsável pela investigação do caso, declarou que a nova perícia não é conclusiva, o que motivou críticas da juíza Sandra Arroyo Salgado, ex-mulher de Nisman e denunciante no caso.
"Não podemos dizer com a perícia se ele se suicidou ou se o mataram", alegou Fein. "Não descartei nenhuma hipótese. As perícias sobre a arma não podem ser encaradas isoladamente."
A promotora afirmou que o resultado da investigação para determinar se a morte do promotor foi suicídio ou homicídio só será conhecido depois das eleições presidenciais de 25 de outubro –o líder nas pesquisas é Daniel Scioli, candidato de Cristina, que não pode disputar um terceiro mandato.
"Eu continuo a investigação como a comecei. Levaremos o tempo que o parecer demandar. Não há prazo", declarou Fein.
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