Tufão Etau traz fortes chuvas e causa graves inundações no Japão
O tufão Etau trouxe nesta quinta-feira (10) fortes chuvas ao Japão, desencadeando enchentes enormes que arrancaram casas de suas fundações, derrubaram árvores e forçaram mais de 90 mil pessoas a fugir de suas casas.
Helicópteros sobrevoando bairros alagados e cheios de lama salvaram muitas pessoas dos telhados de suas casas. As inundações deixaram ao menos um desaparecido e 17 de feridos.
À medida que chuvas pesadas caíam sobre o Japão pelo segundo dia consecutivo, a inundação do rio Kinugawa atingiu o leste de Joso, uma cidade de 60 mil habitantes a cerca de 50 km a nordeste de Tóquio.
A Agência Meteorológica do Japão (JMA, sigla em inglês) decretou o nível máximo de alerta nas prefeituras japonesas de Ibaraki e Tochigi por causa da previsão de fortes chuvas, inundações e deslizamentos de terra.
Algumas áreas receberam em 48 horas o dobro da precipitação habitual de setembro, após o tufão Etau, que se transformou em um ciclone extratropical (tempestade de baixa pressão atmosférica), passar pelo centro do Japão.
Mais de 800 mil pessoas foram aconselhadas a desocupar suas casas após autoridades emitirem, durante a madrugada, alertas de "uma chuva que acontece uma vez a cada 50 anos" para 5 milhões de pessoas em áreas a leste e norte de Tóquio.
Na histórica cidade de Nikko e outras cidades da prefeitura de Tochigi, as precipitações acumularam mais de 500 milímetros nas últimas 24 horas, o maior índice nas últimas três décadas.
Em várias áreas do centro do país caíram mais de 400 milímetros de chuva nesse mesmo período, o que fez com que o governo de Ibaraki solicitasse ajuda às Forças de Autodefesa do Japão (exército) para os trabalhos de resgate de pessoas que ficaram ilhadas em suas casas ou foram levadas pelas inundações.
Nessa prefeitura, as autoridades ordenaram a retirada de cerca de 8.200 pessoas, enquanto outros 90 mil moradores de Tochigi também tiveram de deixar suas casas, segundo a emissora pública de televisão, NHK.
O primeiro-ministro Shinzo Abe anunciou que o governo "tomará as medidas necessárias para proteger a vida dos cidadãos diante do desastre".
O Etau também foi responsável pelo desaparecimento de uma mulher de 63 anos em Tochigi, depois que um deslizamento de terra atingiu sua casa, enquanto outras 17 pessoas ficaram feridas em diversos acidentes, entre elas duas que estão em estado grave, informou a agência local Kyodo.
Além disso, pelo menos 375 casas foram danificadas ou destruídas pelas inundações e os deslizamentos, segundo a Agência dos Bombeiros do Japão.
As chuvas causaram a interdição de várias linhas ferroviárias locais no leste e no noroeste do Japão, assim como a suspensão do serviço de trem-bala (Shinkansen) entre as estações de Fukushima (centro) e Shinjo (norte).
(Locais atingidos no Japão)
A imprensa japonesa também exibiu imagens de ruas e estradas completamente alagadas em várias partes do país, assim como de veículos arrastados pelas inundações.
A JMA alertou que as chuvas torrenciais devem continuar até sexta-feira (11) nas prefeituras de Fukushima, Saitama e Chiba (limítrofes com a Área Metropolitana de Tóquio), assim como na capital japonesa, onde podem cair até 200 milímetros de chuva.
O Japão colocou grande ênfase na prevenção de desastres desde um terremoto seguido de tsunami em 2011, que deixou cerca de 20 mil mortos, e autoridades buscam evitar críticas do que pode ser visto como uma resposta fraca.
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