Rússia rejeita críticas dos EUA sobre apoio dado à Síria na luta contra o EI
O Kremlin avaliou neste sábado que não há "alternativa" ao regime sírio na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) e rejeitou as críticas do presidente americano, Barack Obama, sobre a estratégia russa na Síria.
Obama dissera na sexta-feira (11) que a estratégia russa de apoiar o regime de Bashar al-Assad está "fadada ao fracasso".
As críticas dos Estados Unidos "não são novas (), mas, lamentavelmente, ninguém até agora conseguiu explicar de forma compreensível qual seria a alternativa ao governo sírio legítimo para garantir a segurança no país, combater o avanço do EI e assegurar a unidade" da Síria, disse o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.
A Rússia, um firme aliado de Assad, pede à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que coopere com o Exército regular sírio para coordenar seus ataques aéreos contra o Estado Islâmico.
Sana/AFP | ||
Imagem da agência síria mostra avião russo com ajuda humanitária sendo descarregado em Latakia |
A tensão tem subido entre Moscou e Washington em relação ao conflito sírio, e os Estados Unidos acusam a Rússia de entregar armas e enviar soldados à região de Latakia (noroeste), feudo alauita do ditador Assad.
Moscou, aliado de Damasco desde a época soviética, negou a presença militar na Síria.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, admitiu que aviões russos que levaram ajuda humanitária à Síria também transportavam "equipamentos militares, de acordo com os contratos existentes" com Damasco.
Dois aviões russos com ajuda humanitária pousaram no sábado na Síria, segundo a agência oficial síria Sana.
Sana/AFP | ||
Integrantes do Crescente Vermelho da Síria descarregam material levado ao país por avião russo |
Durante a semana, Lavrov afirmou que seu país não tomou medidas extras para reforçar sua presença militar na Síria, mas que está disposto a dar um maior apoio ao regime de Damasco sem que isso tenha como objetivo prejudicar os planos da coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico.
Lavrov explicou que o Kremlin quer evitar uma repetição do "cenário líbio" na Síria e que, por isso, dará uma assistência maior ao Exército de Assad se ele solicitar.
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