Ex-investigador diz que comitê sobre ataque na Líbia tem Hillary como alvo
Um ex-investigador para o Comitê sobre Benghazi da Câmara dos Representantes está acusando o painel, liderado pelos republicanos, de mirar a democrata Hillary Clinton para inviabilizar sua candidatura presidencial, segundo o "The New York Times" e a rede CNN.
O major Bradley Podliska, um funcionário de inteligência da Força Aérea em serviço na Alemanha, alegou ter resistido à pressão para concentrar sua investigação sobre o ataque de 2012 ao complexo diplomático dos EUA em Benghazi no papel de Hillary, que então era secretária de Estado. Segundo o jornal e a CNN, ele pretende apresentar uma queixa a uma corte federal no próximo mês.
Esam Al-Fetori/Reuters | ||
O consulado americano em Benghazi em chamas após atentado em setembro de 2012 |
O comitê negou veementemente a acusação neste sábado (10).
O comitê tem sido alvo de críticas desde que o parlamentar Kevin McCarthy, o segundo nome republicano na Câmara -e que especulava-se que poderia assumir como presidente da casa após a saída de John Boehner- sugeriu, numa entrevista na semana passada, que a investigação foi projetada para atrapalhar a nomeação de Hillary. Depois McCarthy recuou da declaração.
"Essas são acusações extremamente graves... E elas mostram que a confissão gritante de Kevin McCarthy era verdade: os republicanos usaram milhões de dólares dos contribuintes para o propósito ilegítimo de prejudicar a candidatura de Hillary Clinton para presidente", disse Elijah Cummings, líder democrata no comitê, em comunicado.
Para o democrata Adam Schiff, parlamentar pela Califórnia, é hora de acabar com o comitê especial. "Mesmo antes de os comentários de Kevin McCarthy mostrarem a verdadeira intenção da comissão, estava claro que a secretária Hillary Clinton era o verdadeiro alvo desta investigação", disse.
Hillary, que era responsável pela diplomacia dos EUA na época do ataque, irá depor perante o comitê, pela primeira vez, em 22 de outubro.
O ataque ao consulado dos EUA em Benghazi, na Líbia, matou o embaixador americano no país, Christopher Stevens, e outros três funcionários em 11 de setembro de 2012.
Os resultados da investigação do grupo devem ser lançadas em 2016, ano eleitoral.
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